Chácara do Céu: mudanças entre as edições
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'''Autor:''' Diego Francisco | '''Autor:''' Diego Francisco | ||
<span style="text-align: justify; font-size: 13px;">Ao cantar “como é linda a vista lá do meu Borel”, os autores do samba enredo de 2020 da Unidos da Tijuca só podiam estar se referindo à imensidão de Rio de Janeiro que se consegue avistar do alto do morro do Borel, que é onde fica a Chácara do Céu, favela com pouco mais de 2 mil habitantes e que tem uma história pra contar. Ao chegar no campo de futebol que marca o centro da Chácara do Céu a vista é de se espantar: de um lado, as montanhas do maciço da Tijuca e do outro os bairros da Tijuca, Andaraí, Grajaú e Vila Isabel, a ponte Rio-Niterói e o estádio do Maracanã, que parece disponível a um pulo.</span> | <span style="text-align: justify; font-size: 13px;">Ao cantar “como é linda a vista lá do meu Borel”, os autores do samba enredo de 2020 da Unidos da Tijuca só podiam estar se referindo à imensidão de Rio de Janeiro que se consegue avistar do alto do morro do Borel, que é onde fica a Chácara do Céu, favela com pouco mais de 2 mil habitantes e que tem uma história pra contar. Ao chegar no campo de futebol que marca o centro da Chácara do Céu a vista é de se espantar: de um lado, as montanhas do maciço da Tijuca e do outro os bairros da Tijuca, Andaraí, Grajaú e Vila Isabel, a ponte Rio-Niterói e o estádio do Maracanã, que parece disponível a um pulo.</span> | ||
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== '''Cícero dos Santos – doador do terreno que deu origem à Igreja de São Sebastião''' == | == '''Cícero dos Santos – doador do terreno que deu origem à Igreja de São Sebastião''' == | ||
<p style="text-align: justify;"><br/> ''Relato extraído do Livro História das Favelas da Grande Tijuca''</p> <p style="text-align:justify">Nascido em Campina Grande, cidade da Paraíba, veio para o Rio de Janeiro em busca de trabalho. Ao chegar em 1969, foi morar na Chácara do Céu. Ele nos conta que, quando chegou à Chácara do Céu, havia cerca de dez casas, e o resto do morro era só mato. Lembra-se de que só existiam alguns poços d’água, mas muitos deles com água salobra, que não servia para beber.</p> <p style="text-align:justify">Para conseguir água que pudesse ser usada, era preciso descer até a ladeira, já na mata do Borel. Segundo ele, as pessoas chegavam de madrugada com seus vasilhames e formavam uma fila enorme. Havia gente que chegava às seis horas da manhã e só saia de lá depois do meio-dia. Esse problema só foi resolvido na segunda gestão da associação de moradores(as), a partir de 1975, quando as pessoas se organizaram, pressionaram a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae).</p> <p style="text-align:justify">E o sr. Cícero participou ativamente dessa luta e sempre encabeçava as passeatas. Nessa ocasião, seu Cícero representava a Chácara do Céu na Associação de Moradores do Borel. Ele participou ativamente do mutirão que trouxe água da mata para dentro da comunidade, que teve que percorrer cerca de três quilômetros. Seu Cícero também se lembra de que, em dias de chuva, a Chácara do Céu ficava totalmente sem comunicação, em virtude do difícil acesso, e muitas vezes teve que ajudar pessoas doentes que precisavam descer acamadas ou em cadeiras, pois nenhum veículo conseguia chegar ao local.</p> <p style="text-align:justify">Outro fato importante recordado por seu Cícero é a primeira missa rezada na Chácara do Céu, que se realizou na sala da sua casa pelo padre Olinto Pegoraro. Segundo relata, o padre chegou e perguntou se havia algum lugar onde pudesse rezar uma missa. Seu Cícero, então, ofereceu sua casa. Isso se repetiu durante quase um ano, até que uma oportunidade de mudança de local surgiu. O padre Olinto comprou um barraco em cujo terreno seu Cícero, algum tempo depois, iniciaria a construção da Igreja de São Sebastião.</p> | <p style="text-align: justify;"><br/> ''Relato extraído do Livro História das Favelas da Grande Tijuca''</p> <p style="text-align:justify">Nascido em Campina Grande, cidade da Paraíba, veio para o Rio de Janeiro em busca de trabalho. Ao chegar em 1969, foi morar na Chácara do Céu. Ele nos conta que, quando chegou à Chácara do Céu, havia cerca de dez casas, e o resto do morro era só mato. Lembra-se de que só existiam alguns poços d’água, mas muitos deles com água salobra, que não servia para beber.</p> <p style="text-align:justify">Para conseguir água que pudesse ser usada, era preciso descer até a ladeira, já na mata do Borel. Segundo ele, as pessoas chegavam de madrugada com seus vasilhames e formavam uma fila enorme. Havia gente que chegava às seis horas da manhã e só saia de lá depois do meio-dia. Esse problema só foi resolvido na segunda gestão da associação de moradores(as), a partir de 1975, quando as pessoas se organizaram, pressionaram a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae).</p> <p style="text-align:justify">E o sr. Cícero participou ativamente dessa luta e sempre encabeçava as passeatas. Nessa ocasião, seu Cícero representava a Chácara do Céu na Associação de Moradores do Borel. Ele participou ativamente do mutirão que trouxe água da mata para dentro da comunidade, que teve que percorrer cerca de três quilômetros. Seu Cícero também se lembra de que, em dias de chuva, a Chácara do Céu ficava totalmente sem comunicação, em virtude do difícil acesso, e muitas vezes teve que ajudar pessoas doentes que precisavam descer acamadas ou em cadeiras, pois nenhum veículo conseguia chegar ao local.</p> <p style="text-align:justify">Outro fato importante recordado por seu Cícero é a primeira missa rezada na Chácara do Céu, que se realizou na sala da sua casa pelo padre Olinto Pegoraro. Segundo relata, o padre chegou e perguntou se havia algum lugar onde pudesse rezar uma missa. Seu Cícero, então, ofereceu sua casa. Isso se repetiu durante quase um ano, até que uma oportunidade de mudança de local surgiu. O padre Olinto comprou um barraco em cujo terreno seu Cícero, algum tempo depois, iniciaria a construção da Igreja de São Sebastião.</p> | ||
== Teste semântico == | |||
[[Ano::1885]] | |||
[[Território::Chácara do Céu]] | |||
[[Localizado em::Rio de Janeiro]] | |||
[[País::Brasil]] | |||
[[População::5000]] | |||
[[IDH::x]] | |||
[[Category:Borel]] [[Category:Temática - Favelas e Periferias]] | [[Category:Borel]] [[Category:Temática - Favelas e Periferias]] | ||
[[Categoria:Territórios]] | [[Categoria:Territórios]] | ||
