Leonel Brizola e as favelas do Rio: mudanças entre as edições

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<p style="text-align: justify;">Autor: [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Usuário:Vivaldobarbosa Vivaldo Barbosa] &nbsp;</p>  
<p style="text-align: justify;">'''Autor: [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Usuário:Vivaldobarbosa Vivaldo Barbosa] &nbsp;'''</p>  
= Introdução =
= Introdução =
<div style="text-align: justify;"><font style="background-color:#ffffff">Durante a campanha a Governador, em 1982, [[Brizola|Leonel Brizola]] proclamou inúmeras vezes: “No meu governo, a polícia não vai abrir as portas de um barraco a butinaço. Fará tudo na forma da lei, como em qualquer bairro”.<br/> Aplicação da lei para todos, a visão das injustiças que recaíam sobre os pobres, os mal tratos da nossa gente humilde, sentimentos que Brizola trazia ne pele. Não transigia. Foi assim ao longo de sua vida.<br/> Brizola trazia esses sentimentos desde a infância, na vida humilde que teve, dos esforços que fez para estudar, na convivência com nossa gente e a percepção que lhe acendeu a alma com as injustiças que observava a toda hora. Isto fez parte da construção do pensamento político que lhe guiou a vida inteira.<br/> Outra percepção que teve foi a situação da nação diante da espoliação praticada pelos grupos econômicos. Via com clareza os grupos internacionais processarem e exportarem a carne gaúcha, ficando com a maior parte. Via a luta das pequenas indústrias gaúchas na busca da sobrevivência diante dos gigantes industriais multinacionais. Isto despertou-lhe o sentimento de nacionalidade. Quando Governador do Rio Grande do Sul, enfrentou a companhia de energia elétrica que não levava energia para as cidades, nem alimentava as indústrias locais com energia suficiente. Desapropriou a Bond & Share, a multinacional de energia elétrica. Igualmente viu que a concessionária de telefonia, filiada à multinacional ITT, não expandia o sistema de telefonia para ajudar a desenvolver a economia do Estado. Desapropriou a<br/> companhia.</font></div> <div style="text-align: justify;"><font style="background-color:#ffffff">Ainda no Governo do Rio Grande do Sul, Brizola pôde revelar seu compromisso com a educação: construiu mais de seis mil escolas pequenas em diversas localidades e zonas rurais, que ficaram reconhecidas como brizoletas. Governador do Rio, construiu o maior projeto educacional da história do país, os CIEPs, Centro Integrado de Educação Pública,<br/> carinhosamente chamados de brizolões: mais de 550 escolas de tempo integral, com áreas amplas que contemplavam quadras de esporte, alguns até piscina, biblioteca e áreas livres, assegurando espaço necessário à reflexão e ao aprendizado. E as chamadas escolas Lelé (120), para crianças em idade pre-escolar.<br/> Nos CIEPs, as crianças passam o dia todo, das oito da manhã às cinco da tarde: café da manhã, aula, almoço, recreação/esporte, estudos com assistência de segunda professora, leituras na biblioteca, assistência médica e dentária, banho tomado, jantar. Brizola dizia: “Aí, volta pra casa para o carinho dos pais”. Construídos junto a comunidades carentes e favelas: 4 só no complexo da Maré.<br/> Os CIEPs dispõem de duas casas em sua cobertura: uma para alojar meninos sem lar, outra para alojar meninas, assistidos por um casal de policiais militares ou de bombeiros, de<br/> preferência sem filhos, os chamados pais sociais. No final do Governo Brizola havia 4.600 crianças, entre 8 e 12 anos de idade, nessa situação, em todo o Estado. Os contratos com as </font><font style="background-color:#ffffff">mães sociais não foram renovados: as crianças tiveram que sair. Nesses quase 30 anos, por </font><font style="background-color:#ffffff">onde andaram? O que fizeram?</font></div> <div style="text-align: justify;">&nbsp;</div>  
<div style="text-align: justify;"><font style="background-color:#ffffff">Durante a campanha a Governador, em 1982, [[Brizola|Leonel Brizola]] proclamou inúmeras vezes: “No meu governo, a polícia não vai abrir as portas de um barraco a butinaço. Fará tudo na forma da lei, como em qualquer bairro”.<br/> Aplicação da lei para todos, a visão das injustiças que recaíam sobre os pobres, os mal tratos da nossa gente humilde, sentimentos que Brizola trazia ne pele. Não transigia. Foi assim ao longo de sua vida.<br/> Brizola trazia esses sentimentos desde a infância, na vida humilde que teve, dos esforços que fez para estudar, na convivência com nossa gente e a percepção que lhe acendeu a alma com as injustiças que observava a toda hora. Isto fez parte da construção do pensamento político que lhe guiou a vida inteira.<br/> Outra percepção que teve foi a situação da nação diante da espoliação praticada pelos grupos econômicos. Via com clareza os grupos internacionais processarem e exportarem a carne gaúcha, ficando com a maior parte. Via a luta das pequenas indústrias gaúchas na busca da sobrevivência diante dos gigantes industriais multinacionais. Isto despertou-lhe o sentimento de nacionalidade. Quando Governador do Rio Grande do Sul, enfrentou a companhia de energia elétrica que não levava energia para as cidades, nem alimentava as indústrias locais com energia suficiente. Desapropriou a Bond & Share, a multinacional de energia elétrica. Igualmente viu que a concessionária de telefonia, filiada à multinacional ITT, não expandia o sistema de telefonia para ajudar a desenvolver a economia do Estado. Desapropriou a<br/> companhia.</font></div> <div style="text-align: justify;"><font style="background-color:#ffffff">Ainda no Governo do Rio Grande do Sul, Brizola pôde revelar seu compromisso com a educação: construiu mais de seis mil escolas pequenas em diversas localidades e zonas rurais, que ficaram reconhecidas como brizoletas. Governador do Rio, construiu o maior projeto educacional da história do país, os CIEPs, Centro Integrado de Educação Pública,<br/> carinhosamente chamados de brizolões: mais de 550 escolas de tempo integral, com áreas amplas que contemplavam quadras de esporte, alguns até piscina, biblioteca e áreas livres, assegurando espaço necessário à reflexão e ao aprendizado. E as chamadas escolas Lelé (120), para crianças em idade pre-escolar.<br/> Nos CIEPs, as crianças passam o dia todo, das oito da manhã às cinco da tarde: café da manhã, aula, almoço, recreação/esporte, estudos com assistência de segunda professora, leituras na biblioteca, assistência médica e dentária, banho tomado, jantar. Brizola dizia: “Aí, volta pra casa para o carinho dos pais”. Construídos junto a comunidades carentes e favelas: 4 só no complexo da Maré.<br/> Os CIEPs dispõem de duas casas em sua cobertura: uma para alojar meninos sem lar, outra para alojar meninas, assistidos por um casal de policiais militares ou de bombeiros, de<br/> preferência sem filhos, os chamados pais sociais. No final do Governo Brizola havia 4.600 crianças, entre 8 e 12 anos de idade, nessa situação, em todo o Estado. Os contratos com as </font><font style="background-color:#ffffff">mães sociais não foram renovados: as crianças tiveram que sair. Nesses quase 30 anos, por </font><font style="background-color:#ffffff">onde andaram? O que fizeram?</font></div> <div style="text-align: justify;">&nbsp;</div>  
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= Cada família, um lote =
= Cada família, um lote =
<p style="text-align: justify;"><font style="background-color:#ffffff">O projeto habitacional do Governo Leonel Brizola foi singular, inovador. Rompeu com a fase BNH, onde quem ganhava a maior parte eram as construtoras e o sistema financeiro. O projeto era baseado na entrega às famílias de um lote urbanizado, com saneamento, escola, tratamento de saúde. Ali, as famílias iam colocando as coisas que conseguissem, materiais de construção, até já usados, peças para cozinha, banheiros, coisas que conseguissem ganhar, e ir tocando a construção, mesmo que lentamente.<br/> Foi criada a Secretaria de Habitação, acoplada a Trabalho, exercida pela figura ímpar de homem público, militante das causas sociais e nacionais do povo brasileiro, Carlos Alberto de Oliveira, o Caó. Caó foi, posteriormente, Constituinte dos mais ativos e brilhantes, amplamente reconhecido.<br/> O projeto Cada família, um lote, foi tocado bem de perto com as atividades de regularização fundiária levadas pela Comissão de Assuntos Fundiários, depois Secretaria de Assuntos<br/> Fundiários.</font></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p>   
<p style="text-align: justify;"><font style="background-color:#ffffff">O projeto habitacional do Governo Leonel Brizola foi singular, inovador. Rompeu com a fase BNH, onde quem ganhava a maior parte eram as construtoras e o sistema financeiro. O projeto era baseado na entrega às famílias de um lote urbanizado, com saneamento, escola, tratamento de saúde. Ali, as famílias iam colocando as coisas que conseguissem, materiais de construção, até já usados, peças para cozinha, banheiros, coisas que conseguissem ganhar, e ir tocando a construção, mesmo que lentamente.<br/> Foi criada a Secretaria de Habitação, acoplada a Trabalho, exercida pela figura ímpar de homem público, militante das causas sociais e nacionais do povo brasileiro, Carlos Alberto de Oliveira, o Caó. Caó foi, posteriormente, Constituinte dos mais ativos e brilhantes, amplamente reconhecido.<br/> O projeto Cada família, um lote, foi tocado bem de perto com as atividades de regularização fundiária levadas pela Comissão de Assuntos Fundiários, depois Secretaria de Assuntos<br/> Fundiários.</font></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p>   
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