Assassinato de Marielle Franco - 14 de Março: mudanças entre as edições
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Autor: [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Usuário:Hércules_da_Silva_Xavier_Ferreira&action=edit&redlink=1 <bdi>Hércules da Silva Xavier Ferreira</bdi>] | Autor: [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Usuário:Hércules_da_Silva_Xavier_Ferreira&action=edit&redlink=1 <bdi>Hércules da Silva Xavier Ferreira</bdi>] | ||
<p style="text-align: right;"><span style="font-size:smaller;">''"No coração de quem faz a guerra<br/> Nascerá uma flor amarela"''</span><br/> <span style="font-size:smaller;">''Girassol - Cidade Negra''</span></p> | <p style="text-align: right;"><span style="font-size:smaller;">''"No coração de quem faz a guerra<br/> Nascerá uma flor amarela"''</span><br/> <span style="font-size:smaller;">''Girassol - Cidade Negra''</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:larger;">Há uma intenção de gesto que logrou êxito no cerne de uma cidade. Qual semente que caindo de seu fruto encontrou boa terra para germinar, de igual maneira o discurso e as ações da vereadora Marielle Franco, de querida e forte memória, enraizaram-se nos mais diversos corações após o terrível acontecimento que tinha por objetivo colocá-la em um não-lugar. A dor decorrente fez-se sentir de imediato, sem que houvesse extremos de um grito ou do calar próprio de um choque. E mesmo nesse lugar da dor, as pessoas que a apoiavam, ou que identificavam-se de alguma maneira com sua lida política, sentiram-se convocadas e responderam ao chamado. Seus corpos, na firme recusa de aceitar a tragédia social, decidiram o comum de um estandarte e nele costuraram palavras - vivas -, pela necessidade de que precisavam delas escritas<sup>1</sup>, servindo de inspiração e fomentando a boa luta: Marielle presente! Marielle vive!</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:larger;">O ato de lembrar varia em grau e intensidade de acordo com a aproximação que se tem pelo ausente, pela ausência. Dado o caráter abrupto, os familiares e amigos próximos na figura direta de sua mãe e pai, irmã e filha, esposa e amigos, foram - e seguem sendo - os que mais sentiram e sentem no peito essa falta. Nesse sentido não há palavra que baste, palavra que supra e encerre a ferida exposta pela perda de uma filha, irmã, mãe e companheira. O contexto político e violento com que ocorreu só amplia o sofrimento, não permitindo outra situação que não aquela de estar atento e forte<sup>2</sup>. E essa força veio e, observa-se, cresce e continuará vindo.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:larger;">Se palavras não remediam o suficiente, outros gestos de memória e afeto passam para o fato do acontecimento: são imagens, intervenções, performances e demais objetos que insistem na manutenção das ações pelas quais a vereadora acreditava. Os sensibilizados externam seu 'NÃO' por suas criações artísticas, imputando a elas a necessária carga da certeza, qual seja, do 'não esqueceremos', pela afirmativa de sempre lembrar. Há aí como que um apelo por algo mais, apelo por Justiça, que transcenda ou não.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:larger;">Cada qual sabe de si a dor que carrega e como a compreende. É que além dos atos populares e seus elementos que atualmente tanto agregam e ajudam a espalhar as sementes de boa flor, o impacto social criminoso foi tão grande que movimentou as correias das instâncias políticas, principalmente na figura do poder executivo, que deliberou por bem sancionar a lei nº 8054/20<sup>3</sup>, unindo assim a importante luta, "contra o genocídio da mulher negra", com a respectiva recordação nesta data, de Marielle Franco, que fica marcada não apenas como o violento e triste dia devido a importante perda. Esse dia, perpetrado por vil ato que extendeu a duração daquela fatídica noite de 14 de março, reúne, agrega, simboliza e arregimenta sob si, tudo que poderia estar espalhado, fortalencendo o dito "diversas, mas não dispersas" e pondo no calendário oficial do estado o devido rito de comemorar, que não precisa atrelar-se ao comum entendimento de 'festejos'. ''Se longa'', ''não se prolonga'', pois a alegria vem pela manhã do novo, feito a necessária coragem e inspiração no combate das impunidades e demais covardias.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:larger;">"''As passagens, as coragens'' / ''São sementes espalhadas nesse chão''"<sup>4</sup>, de Marielles e de tantas outras mulheres que vieram antes, pavimentando a estrada para que seu trânsito seja mais justo, democrático e inclusivo, na participação em prol do bem comum.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 15.6px;">Este texto seguirá em constante revisão.</span></p> | ||
<span style="font-size:larger;">Há uma intenção de gesto que logrou êxito no cerne de uma cidade. Qual semente que caindo de seu fruto encontrou boa terra para germinar, de igual maneira o discurso e as ações da vereadora Marielle Franco, de querida e forte memória, enraizaram-se nos mais diversos corações após o terrível acontecimento que tinha por objetivo colocá-la em um não-lugar. A dor decorrente fez-se sentir de imediato, sem que houvesse extremos de um grito ou do calar próprio de um choque. E mesmo nesse lugar da dor, as pessoas que a apoiavam, ou que identificavam-se de alguma maneira com sua lida política, sentiram-se convocadas e responderam ao chamado. Seus corpos, na firme recusa de aceitar a tragédia social, decidiram o comum de um estandarte e nele costuraram palavras - vivas -, pela necessidade de que precisavam delas escritas<sup>1</sup>, servindo de inspiração e fomentando a boa luta: Marielle presente! Marielle vive!</span> | |||
<span style="font-size:larger;">O ato de lembrar varia em grau e intensidade de acordo com a aproximação que se tem pelo ausente, pela ausência. Dado o caráter abrupto, os familiares e amigos próximos na figura direta de sua mãe e pai, irmã e filha, esposa e amigos, foram - e seguem sendo - os que mais sentiram e sentem no peito essa falta. Nesse sentido não há palavra que baste, palavra que supra e encerre a ferida exposta pela perda de uma filha, irmã, mãe e companheira. O contexto político e violento com que ocorreu só amplia o sofrimento, não permitindo outra situação que não aquela de estar atento e forte<sup>2</sup>. E essa força veio e, observa-se, cresce e continuará vindo.</span> | |||
<span style="font-size:larger;">Se palavras não remediam o suficiente, outros gestos de memória e afeto passam para o fato do acontecimento: são imagens, intervenções, performances e demais objetos que insistem na manutenção das ações pelas quais a vereadora acreditava. Os sensibilizados externam seu 'NÃO' por suas criações artísticas, imputando a elas a necessária carga da certeza, qual seja, do 'não esqueceremos', pela afirmativa de sempre lembrar. Há aí como que um apelo por algo mais, apelo por Justiça, que transcenda ou não.</span> | |||
<span style="font-size:larger;">Cada qual sabe de si a dor que carrega e como a compreende. É que além dos atos populares e seus elementos que atualmente tanto agregam e ajudam a espalhar as sementes de boa flor, o impacto social criminoso foi tão grande que movimentou as correias das instâncias políticas, principalmente na figura do poder executivo, que deliberou por bem sancionar a lei nº 8054/20<sup>3</sup>, unindo assim a importante luta, "contra o genocídio da mulher negra", com a respectiva recordação nesta data, de Marielle Franco, que fica marcada não apenas como o violento e triste dia devido a importante perda. Esse dia, perpetrado por vil ato que extendeu a duração daquela fatídica noite de 14 de março, reúne, agrega, simboliza e arregimenta sob si, tudo que poderia estar espalhado, fortalencendo o dito "diversas, mas não dispersas" e pondo no calendário oficial do estado o devido rito de comemorar, que não precisa atrelar-se ao comum entendimento de 'festejos'. ''Se longa'', ''não se prolonga'', pois a alegria vem pela manhã do novo, feito a necessária coragem e inspiração no combate das impunidades e demais covardias.</span> | |||
<span style="font-size:larger;">"''As passagens, as coragens'' / ''São sementes espalhadas nesse chão''"<sup>4</sup>, de Marielles e de tantas outras mulheres que vieram antes, pavimentando a estrada para que seu trânsito seja mais justo, democrático e inclusivo, na participação em prol do bem comum.</span> | |||
<span style="font-size: 15.6px;">Este texto seguirá em constante revisão.</span> | |||
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