Heliópolis: mudanças entre as edições
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Entre 1971 e1972, a Prefeitura de São Paulo removeu 153 famílias de áreas ocupadas na favela da Vila Prudente e Vergueiro, com a intenção de fazer vias públicas naquelas regiões, e as acomodou em alojamentos “provisórios” no terreno do IAPAS. Ao redor desses alojamentos, que se tornaram permanentes, outras famílias migrantes iniciaram a ocupação do território, assim como trabalhadores da obra do Hospital Heliópolis e do PAM, que ali construíram suas moradias. | Entre 1971 e1972, a Prefeitura de São Paulo removeu 153 famílias de áreas ocupadas na favela da Vila Prudente e Vergueiro, com a intenção de fazer vias públicas naquelas regiões, e as acomodou em alojamentos “provisórios” no terreno do IAPAS. Ao redor desses alojamentos, que se tornaram permanentes, outras famílias migrantes iniciaram a ocupação do território, assim como trabalhadores da obra do Hospital Heliópolis e do PAM, que ali construíram suas moradias. | ||
Com as crises econômicas nos anos 1980 e 1990, a população cresce muito, assim como a luta pela terra. Grileiros que atuavam na região passam a se dizer donos do território, e a população se organiza para enfrentar aquela exploração e afirmar seu direito à terra e moradia, atuação que deu origem à [[ | Com as crises econômicas nos anos 1980 e 1990, a população cresce muito, assim como a luta pela terra. Grileiros que atuavam na região passam a se dizer donos do território, e a população se organiza para enfrentar aquela exploração e afirmar seu direito à terra e moradia, atuação que deu origem à [[União_de_Núcleos,_Associações_dos_Moradores_de_Heliópolis_e_Região_-_UNAS|União de Núcleos e Associações de Heliópolis e Região (UNAS)]]. | ||
Com a conquista da permanência em Heliópolis, as famílias que lá moravam seguem em seu processo de organização, para garantir moradia digna, saneamento básico, saúde, educação e assistência social. Nos anos 2000, os desafios seguem presentes, com a verticalização das moradias e necessidade de efetivação dos direitos sociais pelo acesso a políticas públicas. A realidade do território mudou muito ao longo dos anos, mas o crescimento populacional também trouxe diversos novos problemas locais. A vulnerabilidade social ainda atinge muitas famílias, que em sua maioria é composta por mães solo, sendo a mãe a única provedora. | Com a conquista da permanência em Heliópolis, as famílias que lá moravam seguem em seu processo de organização, para garantir moradia digna, saneamento básico, saúde, educação e assistência social. Nos anos 2000, os desafios seguem presentes, com a verticalização das moradias e necessidade de efetivação dos direitos sociais pelo acesso a políticas públicas. A realidade do território mudou muito ao longo dos anos, mas o crescimento populacional também trouxe diversos novos problemas locais. A vulnerabilidade social ainda atinge muitas famílias, que em sua maioria é composta por mães solo, sendo a mãe a única provedora. | ||
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Hoje, cerca de 51% da população é formada por crianças e jovens entre 0 e 25 anos, e 85% são migrantes do Nordeste Brasileiro. De acordo com a Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo, Heliópolis contava, em 2011, com 19.893 domicílios, dos quais 13.372 foram levantados por autoconstrução. Em 2016, possuíam abastecimento de água 83% dos domicílios e, 62%, rede de esgoto. A rede elétrica abrangia 94% das casas e 57% do espaço público. A renda familiar média per capita era de R$ 479,85, o que correspondia a 54,52% de um salário mínimo. A Fundação Seade classifica a vulnerabilidade social como média em 61,55% da área, e muito alta em 32,87%, alto índice de pobreza e miséria. No Censo-2010, a região é dividida em 44 setores censitários, dos quais 19 foram considerados de vulnerabilidade muito alta. Os dados também apontam baixa escolaridade: 12% não estudaram; 68% possuem ensino fundamental; 19% ensino médio e 1% ensino superior. Já a situação ocupacional indica: assalariado com registro 28,37% da população; estudante, 14,43%; autônomos, 20,37%; desempregados, 9,99%; donas de casa, 9,41%; trabalhador temporário/bico/informal, 8,25%; empregado doméstico sem carteira/informal, 3,31%, dentre outras formas de inserção no mercado. | Hoje, cerca de 51% da população é formada por crianças e jovens entre 0 e 25 anos, e 85% são migrantes do Nordeste Brasileiro. De acordo com a Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo, Heliópolis contava, em 2011, com 19.893 domicílios, dos quais 13.372 foram levantados por autoconstrução. Em 2016, possuíam abastecimento de água 83% dos domicílios e, 62%, rede de esgoto. A rede elétrica abrangia 94% das casas e 57% do espaço público. A renda familiar média per capita era de R$ 479,85, o que correspondia a 54,52% de um salário mínimo. A Fundação Seade classifica a vulnerabilidade social como média em 61,55% da área, e muito alta em 32,87%, alto índice de pobreza e miséria. No Censo-2010, a região é dividida em 44 setores censitários, dos quais 19 foram considerados de vulnerabilidade muito alta. Os dados também apontam baixa escolaridade: 12% não estudaram; 68% possuem ensino fundamental; 19% ensino médio e 1% ensino superior. Já a situação ocupacional indica: assalariado com registro 28,37% da população; estudante, 14,43%; autônomos, 20,37%; desempregados, 9,99%; donas de casa, 9,41%; trabalhador temporário/bico/informal, 8,25%; empregado doméstico sem carteira/informal, 3,31%, dentre outras formas de inserção no mercado. | ||
A [[ | A [[União_de_Núcleos,_Associações_dos_Moradores_de_Heliópolis_e_Região_-_UNAS|UNAS]] luta há mais de três décadas para tornar Heliópolis um “Bairro Educador”, conceito criado a partir da correlação entre qualidade do ensino e participação comunitária. O desafio de elevar os níveis de escolaridade na região é concretizado pela construção de vínculos entre equipamento escolar e comunidade. Entende-se que a educação não pode estar circunscrita ao ambiente escolar, mas é parte constitutiva das relações sociais que fazem de Heliópolis uma comunidade. Tais relações são concebidas como educativas, em busca da melhoria das condições de vida da população. Por isso, o projeto político pedagógico do Bairro Educador se fundamenta nos princípios de que tudo passa pela educação, de que a escola deve ser um centro de lideranças em articulação com a comunidade e de que os processos de ensino-aprendizagem devem articular escolas, lideranças comunitárias, famílias, equipamentos socioculturais, associações e demais entidades para transformar Heliópolis em um Bairro Educador, promovendo a socialização dos bens culturais. | ||
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