Sociologia militante de Guerreiro Ramos (artigo): mudanças entre as edições

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Autor: Marcos Queiroz<ref>Marcos Queiroz é professor do Instituto Brasiliense de Direito Público. Doutorando em Direito pela UnB (sanduíche na UNAL/COL).</ref>
Autor: Marcos Queiroz<ref>Marcos Queiroz é professor do Instituto Brasiliense de Direito Público. Doutorando em Direito pela UnB (sanduíche na UNAL/COL).</ref>


Artigo retiado da [https://jacobin.com.br/2020/09/a-sociologia-militante-de-guerreiro-ramos/ Revista Jacobin]
Artigo retirado da [https://jacobin.com.br/2020/09/a-sociologia-militante-de-guerreiro-ramos/ Revista Jacobin]


= Introdução =
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O sociólogo e político Guerreiro Ramos nasceu neste dia em 1915. Cassado durante a ditadura e silenciado pelo racismo institucionalizado, tentou superar o que enxergava como um academicismo colonizado da intelectualidade brasileira, mais preocupado em agradar o mundo estrangeiro do que em entender nosso povo.
O sociólogo e político Guerreiro Ramos nasceu neste dia [13 de setembro]&nbsp;em 1915. Cassado durante a ditadura e silenciado pelo racismo institucionalizado, tentou superar o que enxergava como um academicismo colonizado da intelectualidade brasileira, mais preocupado em agradar o mundo estrangeiro do que em entender nosso povo.
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Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo baiano, cidade candente da diáspora africana e da cultura brasileira. Terra de Manuel Faustino, Manuel Querino, Tia Ciata, Dona Canô e seus filhos, Assis Valente e outros. Nela, em 13 de setembro de 1915, nascia Alberto Guerreiro Ramos, filho da tradição criativa da região, que dela sairia para marcar seu nome na história do pensamento social brasileiro. Um intelectual genuinamente digno de carregar a alcunha – como lembra Edward Said, intelectual é aquele disposto a provocar dissenso e desafiar o poder, quem gera estranhamento e trafega como um exilado no seu próprio tempo. Assim foi Guerreiro Ramos, alguém que transitou por espaços políticos de destaque na sociedade brasileira da metade do século passado, mas que, com seu estilo de vida anticonvencional, nunca foi completamente um nativo, até porque nunca foi visto como tal.
Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo baiano, cidade candente da diáspora africana e da cultura brasileira. Terra de Manuel Faustino, Manuel Querino, Tia Ciata, Dona Canô e seus filhos, Assis Valente e outros. Nela, em 13 de setembro de 1915, nascia Alberto Guerreiro Ramos, filho da tradição criativa da região, que dela sairia para marcar seu nome na história do pensamento social brasileiro. Um intelectual genuinamente digno de carregar a alcunha – como lembra Edward Said, intelectual é aquele disposto a provocar dissenso e desafiar o poder, quem gera estranhamento e trafega como um exilado no seu próprio tempo. Assim foi Guerreiro Ramos, alguém que transitou por espaços políticos de destaque na sociedade brasileira da metade do século passado, mas que, com seu estilo de vida anticonvencional, nunca foi completamente um nativo, até porque nunca foi visto como tal.