Da minha janela (livro): mudanças entre as edições
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Autor do livro: | Autor do livro: [[Autor::Otávio Júnior]] | ||
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== Apresentação == | |||
O narrador deste livro narra cada coisa, pessoa e animal que vê da sua janela em uma favela do Rio de Janeiro. Dela ele vê cores, traços, gestos, objetos e bichos cujas vidas podem ser parecidas ou diferentes da sua, mas com certeza têm algo a ensinar.<br/> <br/> Com uma narrativa sensível e ilustrações cheias de vida e movimento, ''Da minha janela'' é um convite a todos os leitores para olharem para as vidas que nos cercam mas, muitas vezes, passam despercebidas. | O narrador deste livro narra cada coisa, pessoa e animal que vê da sua janela em uma favela do Rio de Janeiro. Dela ele vê cores, traços, gestos, objetos e bichos cujas vidas podem ser parecidas ou diferentes da sua, mas com certeza têm algo a ensinar.<br/> <br/> Com uma narrativa sensível e ilustrações cheias de vida e movimento, ''Da minha janela'' é um convite a todos os leitores para olharem para as vidas que nos cercam mas, muitas vezes, passam despercebidas. | ||
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* Prêmio Jabuti 2020 na categoria Infantil. * | * Prêmio Jabuti 2020 na categoria Infantil. * | ||
= | == Ficha Técnica == | ||
Título original: | Título original: Da minha janela | ||
Páginas:[[páginas::48]] | |||
Formato: 20.50 X 20.50 cm | |||
Peso: 0.142 kg | |||
Acabamento: Livro brochura | |||
Lançamento: 29/07/[[Ano::2019]] | |||
ISBN: [[isbn::9788574068749]] | |||
Editora: [[Editora::Companhia das Letrinhas]] | |||
== Ateliê iniciação artística == | == Ateliê iniciação artística == | ||
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== Quantas histórias vemos da nossa janela? == | == Quantas histórias vemos da nossa janela? == | ||
por Blog das letrinhas | |||
Quando Otávio César de Souza Júnior nasceu, nos anos 80 no subúrbio do Rio de Janeiro, a visão que se tinha da janela era dos emaranhados das muitas casas. De lá tudo observava e questionava. Cresceu querendo transformar os cotidianos das famílias do Complexo do Alemão que lutavam contra uma precariedade socioeconômica que lhes afligiam. O menino inquieto com o mundo um dia encontrou um livro num lixão, tomou gosto pelas histórias, virou educador, escritor e promotor de leitura. Ficou conhecido como o Livreiro do Alemão, que, agora, lança pela Companhia das Letrinhas a obra [https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=41357 ''Da minha janela'']. | Quando Otávio César de Souza Júnior nasceu, nos anos 80 no subúrbio do Rio de Janeiro, a visão que se tinha da janela era dos emaranhados das muitas casas. De lá tudo observava e questionava. Cresceu querendo transformar os cotidianos das famílias do Complexo do Alemão que lutavam contra uma precariedade socioeconômica que lhes afligiam. O menino inquieto com o mundo um dia encontrou um livro num lixão, tomou gosto pelas histórias, virou educador, escritor e promotor de leitura. Ficou conhecido como o Livreiro do Alemão, que, agora, lança pela Companhia das Letrinhas a obra [https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=41357 ''Da minha janela'']. | ||
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Em sua trajetória como escritor, ganham destaque os livros ''O livreiro do Alemão'' (Panda Books) e ''Le libraire de la favela'' (Anacaona Editions), que mostram uma das muitas e diferentes infâncias nas cidades brasileiras – a sua própria. Para o autor, essas identidades precisam estar na literatura: “Atualmente fala-se tanto no lugar de fala. O meu é da periferia, da favela, do morro. Minhas narrativas são construídas a partir da minha vivência na comunidade urbana”. Para Otávio, nosso país tem ótimos escritores para falar dessas tantas infâncias e isso enriquece nossa cultura, revelando uma identidade multicultural, onde quem ganha são os leitores. | Em sua trajetória como escritor, ganham destaque os livros ''O livreiro do Alemão'' (Panda Books) e ''Le libraire de la favela'' (Anacaona Editions), que mostram uma das muitas e diferentes infâncias nas cidades brasileiras – a sua própria. Para o autor, essas identidades precisam estar na literatura: “Atualmente fala-se tanto no lugar de fala. O meu é da periferia, da favela, do morro. Minhas narrativas são construídas a partir da minha vivência na comunidade urbana”. Para Otávio, nosso país tem ótimos escritores para falar dessas tantas infâncias e isso enriquece nossa cultura, revelando uma identidade multicultural, onde quem ganha são os leitores. | ||
=== | === Um livro no caminho === | ||
Vale, no entanto, retomar o episódio que marcou o começo de uma grande transformação. Foi no campinho de futebol do Complexo do Alemão, espaço de convivência de muitos meninos, que um dia, revirando o lixo perto do local, Otávio encontrou uma caixa com brinquedos e também um livro. Levou só o livro para casa, e não tocou nele até a televisão parar de funcionar. Aos oitos anos de idade, leu uma tradução da história espanhola ''Don Gatón''. Foi fisgado pelo poder das narrativas. No dia seguinte, visitou a biblioteca da escola. E não parou de frequentar aquele espaço, até que ficasse pequeno para todos os seus sonhos: Otávio queria fazer nascer e crescer dentro de cada morador do Complexo do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro, o gosto pela leitura. | Vale, no entanto, retomar o episódio que marcou o começo de uma grande transformação. Foi no campinho de futebol do Complexo do Alemão, espaço de convivência de muitos meninos, que um dia, revirando o lixo perto do local, Otávio encontrou uma caixa com brinquedos e também um livro. Levou só o livro para casa, e não tocou nele até a televisão parar de funcionar. Aos oitos anos de idade, leu uma tradução da história espanhola ''Don Gatón''. Foi fisgado pelo poder das narrativas. No dia seguinte, visitou a biblioteca da escola. E não parou de frequentar aquele espaço, até que ficasse pequeno para todos os seus sonhos: Otávio queria fazer nascer e crescer dentro de cada morador do Complexo do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro, o gosto pela leitura. | ||
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“Costumo dizer que Ler é Dez – Leia Favela é um grande laboratório de experimentações. Trabalhando com a promoção de leitura, sobretudo nas periferias, eu posso fazer grandes observações, experimentações relacionadas ao texto, à performance literária.” Ele percebe também uma grande necessidade das pessoas, das crianças, em contarem as suas histórias. “Estou desenvolvendo projetos para que essas dinâmicas da narração e da escrita das histórias sejam passadas de forma mais lúdica”, conta Otávio, interessado nas interações entre educação, imaginação e criatividade. Conta que sua grande luta no momento é democratizar as ações inovadoras nas favelas. Sim, segundo o escritor que não se vê fora do contexto periférico, “a favela é um grande hub de criação e criatividade”. | “Costumo dizer que Ler é Dez – Leia Favela é um grande laboratório de experimentações. Trabalhando com a promoção de leitura, sobretudo nas periferias, eu posso fazer grandes observações, experimentações relacionadas ao texto, à performance literária.” Ele percebe também uma grande necessidade das pessoas, das crianças, em contarem as suas histórias. “Estou desenvolvendo projetos para que essas dinâmicas da narração e da escrita das histórias sejam passadas de forma mais lúdica”, conta Otávio, interessado nas interações entre educação, imaginação e criatividade. Conta que sua grande luta no momento é democratizar as ações inovadoras nas favelas. Sim, segundo o escritor que não se vê fora do contexto periférico, “a favela é um grande hub de criação e criatividade”. | ||
Disponível em: | *Disponível em: https://www.blogdaletrinhas.com.br/conteudos/visualizar/Quantas-historias-vemos-da-nossa-janela | ||
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