Reuniões comunitárias das UPPs: mudanças entre as edições
Sem resumo de edição |
Sem resumo de edição |
||
| (Uma revisão intermediária pelo mesmo usuário não está sendo mostrada) | |||
| Linha 16: | Linha 16: | ||
Considerando as dinâmicas e os efeitos relacionados à promoção dessas reuniões, Davies frequentou e analisou ao longo de 2013 diferentes encontros ocorridos em 4 favelas ocupadas pela polícia "pacificadora". O quese pode concluir é que esses espaços, em seus propósitos e na teatralidade manifesta dos eventos, buscava materializar a "presença do Estado" nos territórios até então imaginados pela sua ausência. Os papéis e os cenários eram variados em cada encontro e localidade, mas ainda que sob essa heterogeneidade as reuniões comunitárias foram dotadas de formalidade e regularidade para uma performance dos ideais da “pacificação”. Além disso, apresentaram um propósito claro, ou como diria a tradição antropológica, uma “eficácia”: aproximar moradores e representantes do Estado e do setor privado no intuito de encaminhar problemas e necessidades para, a partir disso, solucioná-los. Contudo, a análise de quatro casos constatou a continuidade de um modelo de interlocução que ajustava para baixo os limites da possibilidade de participação dos moradores na esfera pública, buscando ensiná-los como reivindicar e se comportar frente a essa nova forma de vida "pacificada". | Considerando as dinâmicas e os efeitos relacionados à promoção dessas reuniões, Davies frequentou e analisou ao longo de 2013 diferentes encontros ocorridos em 4 favelas ocupadas pela polícia "pacificadora". O quese pode concluir é que esses espaços, em seus propósitos e na teatralidade manifesta dos eventos, buscava materializar a "presença do Estado" nos territórios até então imaginados pela sua ausência. Os papéis e os cenários eram variados em cada encontro e localidade, mas ainda que sob essa heterogeneidade as reuniões comunitárias foram dotadas de formalidade e regularidade para uma performance dos ideais da “pacificação”. Além disso, apresentaram um propósito claro, ou como diria a tradição antropológica, uma “eficácia”: aproximar moradores e representantes do Estado e do setor privado no intuito de encaminhar problemas e necessidades para, a partir disso, solucioná-los. Contudo, a análise de quatro casos constatou a continuidade de um modelo de interlocução que ajustava para baixo os limites da possibilidade de participação dos moradores na esfera pública, buscando ensiná-los como reivindicar e se comportar frente a essa nova forma de vida "pacificada". | ||
Referência | = Referência bibliográfica = | ||
DAVIES, Frank Andrew. Rituais de “pacificação”: uma análise das reuniões organizadas pelos comandos das UPPs. Rev. bras. segur. pública, São Paulo, v. 8, n. 1, 24-46, Fev/Mar 2014. shorturl.at/oQWX5 | |||
| |||
| |||
[[Category:UPP]][[Category:Pacificação]][[Category:Temática - Segurança]] | |||
