Companhia de Aruanda: mudanças entre as edições
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Por Flavio Aniceto<br/> <br/> Nei Lopes nos ensina que Aruanda é “a morada mítica dos orixás e entidades superiores da Umbanda”, apropriação de Luanda, capital de Angola, e que na memória afetiva de negros escravizados embarcados naquele país africano, com o tempo deixou de representar um porto, tornando-se não só um lugar utópico, mas toda a África e a liberdade perdida.<br/> Maria Bethania, Jorge Benjor, Rita Ribeiro e outros artistas já cantaram Aruanda, mas aqui apresentamos um outro movimento cultural que homenageia a mitológica cidade e que é completamente real, com os pés no chão da realidade, ginga, competência artística e muita disposição para a transformação social e cultural:<br/> A Companhia de Aruanda foi criada em 2007 por jovens vindos de diversos projetos (Jongo da Serrinha, Afro Reggae, Companhia Étnica, Cia. dos Comuns, Cia. Brasil Mestiço, entre outros). A partir das experiências anteriores, eles resolveram se autonomizar, arregaçando as mangas e passando a criar e produzir seus próprios espetáculos e projetos. São moradores de comunidades, do subúrbio carioca e da Baixada Fluminense, das áreas de dança ( contemporânea, afro, populares), teatro e música, os quais se reuniram em torno de um ideal comum: o de pesquisar, divulgar e preservar as diversas danças e tradições das culturas populares brasileiras através de oficinas, palestras e eventos diversos.<br/> Segundo eles “É de primordial importância a valorização, divulgação e difusão das diversas manifestações da nossa cultura popular em sua totalidade através de palestras, espetáculos, oficinas, em quilombos e comunidades tradicionais do interior do Estado, em teatros, praças públicas e outros espaços alternativos que contribuam para potencializar o acesso à cultura e para formação de platéias, garantindo assim, o acesso das diversas classes sociais a essas culturas. (…) acreditamos que o conhecimento dessas manifestações e consequentemente de nossas origens imprime em cada indivíduo o sentimento de cidadania e pertencimento a uma história comum, e garante a perpetuação das mesmas dando a elas novos adeptos e garantindo sua continuidade.”<br/> Entre as diversas ações que a companhia realiza, destaco o Fuzuê de Aruanda, realizado em conjunto com a União Jongueira da Serrinha, uma roda de danças circulares que acontece toda à 3ª quinta Feira de cada mês, a partir de 21:00, sob o viaduto Negrão de Lima, na Praça das Mães no centro de Madureira (entre o espaço da CUFA e o Baile Charme). E todos os Sábados, às 1oh, no SESC Madureira eles fazem uma oficina de dança Afro e danças populares. desde sua formação, eles promovem dois seminários: o Herdeiros do Axé, para discutir o futuro e a permanência das religiões afro-brasileiras, a partir da observação que tiveram ao trabalharem com cultura popular em escolas públicas, tendo grande dificuldade na relação com os alunos; e o Encontro de Culturas Tradicionais e Juventude, discutindo o estímulo à maior participação dos jovens junto às culturas afro-brasileira e popular.<br/> A roda está aberta, vamos girar! | Por Flavio Aniceto<br/> <br/> Nei Lopes nos ensina que Aruanda é “a morada mítica dos orixás e entidades superiores da Umbanda”, apropriação de Luanda, capital de Angola, e que na memória afetiva de negros escravizados embarcados naquele país africano, com o tempo deixou de representar um porto, tornando-se não só um lugar utópico, mas toda a África e a liberdade perdida.<br/> Maria Bethania, Jorge Benjor, Rita Ribeiro e outros artistas já cantaram Aruanda, mas aqui apresentamos um outro movimento cultural que homenageia a mitológica cidade e que é completamente real, com os pés no chão da realidade, ginga, competência artística e muita disposição para a transformação social e cultural:<br/> A Companhia de Aruanda foi criada em 2007 por jovens vindos de diversos projetos (Jongo da Serrinha, Afro Reggae, Companhia Étnica, Cia. dos Comuns, Cia. Brasil Mestiço, entre outros). A partir das experiências anteriores, eles resolveram se autonomizar, arregaçando as mangas e passando a criar e produzir seus próprios espetáculos e projetos. São moradores de comunidades, do subúrbio carioca e da Baixada Fluminense, das áreas de dança ( contemporânea, afro, populares), teatro e música, os quais se reuniram em torno de um ideal comum: o de pesquisar, divulgar e preservar as diversas danças e tradições das culturas populares brasileiras através de oficinas, palestras e eventos diversos.<br/> Segundo eles “É de primordial importância a valorização, divulgação e difusão das diversas manifestações da nossa cultura popular em sua totalidade através de palestras, espetáculos, oficinas, em quilombos e comunidades tradicionais do interior do Estado, em teatros, praças públicas e outros espaços alternativos que contribuam para potencializar o acesso à cultura e para formação de platéias, garantindo assim, o acesso das diversas classes sociais a essas culturas. (…) acreditamos que o conhecimento dessas manifestações e consequentemente de nossas origens imprime em cada indivíduo o sentimento de cidadania e pertencimento a uma história comum, e garante a perpetuação das mesmas dando a elas novos adeptos e garantindo sua continuidade.”<br/> Entre as diversas ações que a companhia realiza, destaco o Fuzuê de Aruanda, realizado em conjunto com a União Jongueira da Serrinha, uma roda de danças circulares que acontece toda à 3ª quinta Feira de cada mês, a partir de 21:00, sob o viaduto Negrão de Lima, na Praça das Mães no centro de Madureira (entre o espaço da CUFA e o Baile Charme). E todos os Sábados, às 1oh, no SESC Madureira eles fazem uma oficina de dança Afro e danças populares. desde sua formação, eles promovem dois seminários: o Herdeiros do Axé, para discutir o futuro e a permanência das religiões afro-brasileiras, a partir da observação que tiveram ao trabalharem com cultura popular em escolas públicas, tendo grande dificuldade na relação com os alunos; e o Encontro de Culturas Tradicionais e Juventude, discutindo o estímulo à maior participação dos jovens junto às culturas afro-brasileira e popular.<br/> A roda está aberta, vamos girar! | ||
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