Ruth Barros: mudanças entre as edições
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<p style="text-align: justify;">No ano de 2002, acumulando o trabalho como agente comunitária a atuação como educadora de saúde e o trabalho com o projeto Condutores de Memória, Ruth foi reconhecida pela revista Istoé Gente como uma das “20 mulheres que melhoram o Brasil”. Figurando ao lado de mulheres como a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal, Elle Gracie, a cineasta Katia Lund, a ex-primeira-dama Marisa Letícia da Silva, a apresentadora Hebe Camargo e a atriz Fernanda Montenegro, entre outras personalidades.</p> <p style="text-align: justify;">Perguntada sobre o porquê de uma mulher negra, moradora da favela do Borel figurar entre as selecionadas, Ruth explica. “Foi uma surpresa enorme. Que bacana que você achou isso! Naquela época, o trabalho com as mulheres era uma referência. A gente distribuía preservativos, ouvia os relatos de mulheres, ensinava como se prevenir de doenças sexualmente transmissíveis. A ação era realmente muito eficiente. A gente não tinha posto de saúde no Borel ainda, então se tornava referência. Mas o trabalho foi chegando a outros lugares também. Com a existência do Condutores de Memória, mais ainda. A gente participou de muitas reportagens sobre o projeto, isso deu muita visibilidade. E é emocionante. Você sabe que o trabalho que desenvolveu não foi à toa. É muito especial”, conta.</p> | <p style="text-align: justify;">No ano de 2002, acumulando o trabalho como agente comunitária a atuação como educadora de saúde e o trabalho com o projeto Condutores de Memória, Ruth foi reconhecida pela revista Istoé Gente como uma das “20 mulheres que melhoram o Brasil”. Figurando ao lado de mulheres como a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal, Elle Gracie, a cineasta Katia Lund, a ex-primeira-dama Marisa Letícia da Silva, a apresentadora Hebe Camargo e a atriz Fernanda Montenegro, entre outras personalidades.</p> <p style="text-align: justify;">Perguntada sobre o porquê de uma mulher negra, moradora da favela do Borel figurar entre as selecionadas, Ruth explica. “Foi uma surpresa enorme. Que bacana que você achou isso! Naquela época, o trabalho com as mulheres era uma referência. A gente distribuía preservativos, ouvia os relatos de mulheres, ensinava como se prevenir de doenças sexualmente transmissíveis. A ação era realmente muito eficiente. A gente não tinha posto de saúde no Borel ainda, então se tornava referência. Mas o trabalho foi chegando a outros lugares também. Com a existência do Condutores de Memória, mais ainda. A gente participou de muitas reportagens sobre o projeto, isso deu muita visibilidade. E é emocionante. Você sabe que o trabalho que desenvolveu não foi à toa. É muito especial”, conta.</p> | ||
== Depois das lutas, o descanso'''.''' == | == Depois das lutas, o descanso'''.''' == | ||
<p style="text-align: justify;">Atualmente Ruth Barros é aposentada e dedica os dias a cuidar das netas, são três, mas duas vivem com ela. “Hoje elas são o meu projeto especial. Eu adoro ficar com elas, vê-las crescer. Depois de criar três filhos homens, vieram as netas, mulheres para que eu revivesse a experiência. É todo dia um desafio, que eu amo”, se diverte.</p> <p style="text-align: justify;">Ruth também se dedica à igreja com muito afinco. Ela participa como leiga cabriniana da Congregação das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus Madre Cabrini. Atua na Igreja São Camilo de Lelis, na Usina. “Eu também participo das celebrações na capela Nossa Senhora das Graças, mas hoje o trabalho é mais estabelecido na São Camilo. Eu amo participar e estar nas missas”, conta.</p> <p style="text-align: justify;">“Muita coisa mudou muito rápido nos últimos anos, a gente viu a UPP chegar, a UPP quase acabar, as pessoas mudaram muito também. Eu sinto falta da solidariedade que a gente tinha aqui, da noção de que tudo era para todo mundo. Antes as pessoas varriam a calçada pensando no vizinho, se ajudavam. Hoje é cada um por si. Isso é triste, porque a nossa vivência vai sendo modificada”, relata.</p> <blockquote><p style="text-align: justify; margin-left: 120px;">“Eu tenho muito orgulho de fazer parte da história do Borel e de ter conseguido registrar essa história, de saber que meu trabalho colaborou para alguma coisa. Eu lamento muito que a gente não tenha conseguido finalizar o projeto como a gente sonhava, com um Centro de Memória, mas é assim que é a vida: a gente luta pra conseguir e fica feliz quando vê que os resultados, mesmo sendo diferentes do que a gente sonhou, são bons resultados”.</p> </blockquote> <p style="text-align: justify; margin-left: 120px;"> </p> | <p style="text-align: justify;">Atualmente Ruth Barros é aposentada e dedica os dias a cuidar das netas, são três, mas duas vivem com ela. “Hoje elas são o meu projeto especial. Eu adoro ficar com elas, vê-las crescer. Depois de criar três filhos homens, vieram as netas, mulheres para que eu revivesse a experiência. É todo dia um desafio, que eu amo”, se diverte.</p> <p style="text-align: justify;">Ruth também se dedica à igreja com muito afinco. Ela participa como leiga cabriniana da Congregação das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus Madre Cabrini. Atua na Igreja São Camilo de Lelis, na Usina. “Eu também participo das celebrações na capela Nossa Senhora das Graças, mas hoje o trabalho é mais estabelecido na São Camilo. Eu amo participar e estar nas missas”, conta.</p> <p style="text-align: justify;">“Muita coisa mudou muito rápido nos últimos anos, a gente viu a UPP chegar, a UPP quase acabar, as pessoas mudaram muito também. Eu sinto falta da solidariedade que a gente tinha aqui, da noção de que tudo era para todo mundo. Antes as pessoas varriam a calçada pensando no vizinho, se ajudavam. Hoje é cada um por si. Isso é triste, porque a nossa vivência vai sendo modificada”, relata.</p> <blockquote><p style="text-align: justify; margin-left: 120px;">“Eu tenho muito orgulho de fazer parte da história do Borel e de ter conseguido registrar essa história, de saber que meu trabalho colaborou para alguma coisa. Eu lamento muito que a gente não tenha conseguido finalizar o projeto como a gente sonhava, com um Centro de Memória, mas é assim que é a vida: a gente luta pra conseguir e fica feliz quando vê que os resultados, mesmo sendo diferentes do que a gente sonhou, são bons resultados”.</p> </blockquote> <p style="text-align: justify; margin-left: 120px;"> </p> <p style="text-align: justify;"> </p> | ||
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