Violência, Criminalidade, Segurança Pública e Justiça Criminal no Brasil: Uma Bibliografia (resenha): mudanças entre as edições
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<p>KANT DE LIMA, Roberto; MISSE, Michel; MIRANDA, Ana Paula Mendes. [https://app.uff.br/riuff/handle/1/10294 Violência, Criminalidade, Segurança Pública e Justiça Criminal no Brasil: Uma Bibliografia]. BIB - Boletim Informativo e Bibliográfico de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, n.° 50, 2.° semestre de 2000, pp. 45-123</p> | <p>KANT DE LIMA, Roberto; MISSE, Michel; MIRANDA, Ana Paula Mendes. [https://app.uff.br/riuff/handle/1/10294 Violência, Criminalidade, Segurança Pública e Justiça Criminal no Brasil: Uma Bibliografia]. BIB - Boletim Informativo e Bibliográfico de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, n.° 50, 2.° semestre de 2000, pp. 45-123</p> | ||
= Breve | = Breve contextualização = | ||
<p>O texto "Violência, Criminalidade, Segurança Pública e Justiça Criminal no Brasil: Uma Bibliografia" de Roberto Kant de Lima, Michel Misse e Ana Paula Mendes de Miranda tem como objetivo estabelecer o arcabouço bibliográfico dos estudos de Sociologia Urbana e da Violência no Brasil até o ano de 2000. De acordo com os autores, nos anos 2000 já existe um campo disciplinar relativamente consolidado, sendo necessário fazer um balanço do que tinha sido produzido até ali. Para pensar o conteúdo do artigo em si, também é importante contextualizar os autores dentro da Academia brasileira.</p> | <p>O texto "Violência, Criminalidade, Segurança Pública e Justiça Criminal no Brasil: Uma Bibliografia" de Roberto Kant de Lima, Michel Misse e Ana Paula Mendes de Miranda tem como objetivo estabelecer o arcabouço bibliográfico dos estudos de Sociologia Urbana e da Violência no Brasil até o ano de 2000. De acordo com os autores, nos anos 2000 já existe um campo disciplinar relativamente consolidado, sendo necessário fazer um balanço do que tinha sido produzido até ali. Para pensar o conteúdo do artigo em si, também é importante contextualizar os autores dentro da Academia brasileira.</p> | ||
<p>Roberto Kant de Lima é doutor em Antropologia pela Universidade de Harvard e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, além de coordenar o Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-InEAC). Seus estudos são voltados principalmente para a Antropologia do direito e da política, administração de conflitos e produção de verdade, sendo pioneiro nos estudos etnográficos sobre a polícia e o sistema judiciário. O InEAC, junto com o NEV (Núcleo de Estudos da Violência) e o NECVU (Núcleo de Estudos em Cidadania, Conflito e Violência Urbana) são os principais centros de estudo sobre violência urbana no Brasil, tendo vital importância na consolidação dessa linha de pesquisa e com pesquisadores que são centrais nessa revisão bibliográfica. </p> | <p>Roberto Kant de Lima é doutor em Antropologia pela Universidade de Harvard e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, além de coordenar o Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-InEAC). Seus estudos são voltados principalmente para a Antropologia do direito e da política, administração de conflitos e produção de verdade, sendo pioneiro nos estudos etnográficos sobre a polícia e o sistema judiciário. O InEAC, junto com o NEV (Núcleo de Estudos da Violência) e o NECVU (Núcleo de Estudos em Cidadania, Conflito e Violência Urbana) são os principais centros de estudo sobre violência urbana no Brasil, tendo vital importância na consolidação dessa linha de pesquisa e com pesquisadores que são centrais nessa revisão bibliográfica. </p> | ||
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<p>Já Ana Paula Mendes Miranda é doutora em Antropologia Social pela USP e pesquisadora do InEAC, com trabalhos voltados para políticas públicas, crimes, conflitos, percepção da violência e manifestação de intolerância religiosa. </p> | <p>Já Ana Paula Mendes Miranda é doutora em Antropologia Social pela USP e pesquisadora do InEAC, com trabalhos voltados para políticas públicas, crimes, conflitos, percepção da violência e manifestação de intolerância religiosa. </p> | ||
= Resumo dos principais | = Resumo dos principais argumentos = | ||
<p>Os autores são parte constitutiva do processo de estabelecimento dos estudos de Sociologia da Violência Urbana e pretendem com esse artigo sistematizá-los. Com esse objetivo, o trabalho tem como principal fonte o Diretório de Grupos de Pesquisa da CNPq a partir do qual analisaram os autores mais citados nas resenhas, os mais citados dentre esses selecionados, indicações de bibliografias, teses e dissertações por esses selecionados, a partir da década de 70. Os trabalhos foram divididos em subáreas, sendo excluídos os não-acadêmicos e que não faziam parte das ciências sociais. Algumas considerações importantes são que dos 450 pesquisadores registrados na CNPq na área, ⅔ são das humanidades e a maior parte está em grupos de pesquisa da região Sudeste - mesmo com a nacionalização da temática a partir de 1995. </p> | <p>Os autores são parte constitutiva do processo de estabelecimento dos estudos de Sociologia da Violência Urbana e pretendem com esse artigo sistematizá-los. Com esse objetivo, o trabalho tem como principal fonte o Diretório de Grupos de Pesquisa da CNPq a partir do qual analisaram os autores mais citados nas resenhas, os mais citados dentre esses selecionados, indicações de bibliografias, teses e dissertações por esses selecionados, a partir da década de 70. Os trabalhos foram divididos em subáreas, sendo excluídos os não-acadêmicos e que não faziam parte das ciências sociais. Algumas considerações importantes são que dos 450 pesquisadores registrados na CNPq na área, ⅔ são das humanidades e a maior parte está em grupos de pesquisa da região Sudeste - mesmo com a nacionalização da temática a partir de 1995. </p> | ||
<p>Durante a primeira metade dos anos 70, as pesquisas são voltadas para jovens infratores, comportamento desviante, ecologia do crime e a polícia de SP, com os trabalhos de Misse, Fernandes, Velho e Coelho. Mas somente em 80 é possível perceber uma consolidação nos estudos com a temática entrando na ANPOCS e na SBPC. O recorte em sub-tópicos do trabalho separa os estudos em Delinquência e Criminalidade violenta, Polícia e Sistema de Justiça Criminal, Políticas públicas de Segurança e Violência Urbana. </p> | <p>Durante a primeira metade dos anos 70, as pesquisas são voltadas para jovens infratores, comportamento desviante, ecologia do crime e a polícia de SP, com os trabalhos de Misse, Fernandes, Velho e Coelho. Mas somente em 80 é possível perceber uma consolidação nos estudos com a temática entrando na ANPOCS e na SBPC. O recorte em sub-tópicos do trabalho separa os estudos em Delinquência e Criminalidade violenta, Polícia e Sistema de Justiça Criminal, Políticas públicas de Segurança e Violência Urbana. </p> | ||
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= Apreciação crítica = | = Apreciação crítica = | ||
O texto é central para compreender o caminho que os estudos sobre violência urbana percorrem em conjunto com as mudanças da sociedade brasileira e tendo a ditadura e o processo de redemocratização como central no debate. A metodologia escolhida ajuda a encontrar os autores centrais para a área, mas também facilita as referências nichadas em alguns autores/grupos de pesquisa/programas de pós-graduação, deixando de fora trabalhos que sigam outras linhas de atuação e de pensamento. O foco da violência urbana para esses autores é o Estado e os promotores da violência, sejam eles criminosos organizados ou não, o que retira também a análise daqueles que sofrem os impactos da violência a partir da militarização dos espaços. | O texto é central para compreender o caminho que os estudos sobre violência urbana percorrem em conjunto com as mudanças da sociedade brasileira e tendo a ditadura e o processo de redemocratização como central no debate. A metodologia escolhida ajuda a encontrar os autores centrais para a área, mas também facilita as referências nichadas em alguns autores/grupos de pesquisa/programas de pós-graduação, deixando de fora trabalhos que sigam outras linhas de atuação e de pensamento. O foco da violência urbana para esses autores é o Estado e os promotores da violência, sejam eles criminosos organizados ou não, o que retira também a análise daqueles que sofrem os impactos da violência a partir da militarização dos espaços. | ||
= | = Outros verbetes e referências relacionadas = | ||
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