Museu da Maré: mudanças entre as edições
Sem resumo de edição |
Sem resumo de edição |
||
| Linha 4: | Linha 4: | ||
= <span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O Funcionamento: ações educativas e transformação social</span></span> = | = <span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O Funcionamento: ações educativas e transformação social</span></span> = | ||
<p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">O Museu conta com Arquivo, Biblioteca, Reserva Técnica, Exposição de longa duração e Galeria para exposições temporárias, laboratório de conservação, área administrativa e outros espaços. Além disso, o Museu disponibiliza para a comunidade oficinas culturais, que trabalham com variadas linguagens artísticas e atendem a mais de 300 pessoas das mais diversas faixas etárias.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Ao longo dos seus 13 anos de existência o Museu tem se constituído em fonte de inspiração para diversas outras iniciativas, o que motivou a criação do Programa Pontos de Memória, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM, hoje iniciativa de abrangência nacional, contando inclusive com edital específico para os Pontos de Cultura que trabalham com a questão da memória.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">O Museu da Maré é uma das iniciativas fundadoras da Rede de Museologia Social do Rio de Janeiro, coletivo que reúne mais de 60 experiências no campo da Museologia Social, comprometida com a preservação e a divulgação das memórias populares e dos patrimônios das favelas, Baixada Fluminense, Zona Oeste e cidades do interior do estado.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Por tudo isso, o Museu da Maré consolidou-se como uma referência nacional e internacional de grande importância e visibilidade, contribuindo para uma imagem altamente positiva da cultura e da museologia brasileiras e inspirando outros tantos processos no Brasil e no exterior. A experiência do Museu da Maré foi decisiva para que a</span></span>23ª. Conferência Geral do Conselho Internacional de Museus - ICOM, fosse realizada no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, em agosto de 2013. O reconhecimento do trabalho realizado pelo Museu da Maré foi fundamental para que diversas instâncias do poder público investissem recursos na manutenção e no desenvolvimento de seus programas, projetos e ações.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Como experiência internacional, o Museu da Maré, no ano de 2011, estabeleceu um programa de intercâmbio com o</span></span>District Six Museum, da África do Sul, com a realização de oficinas e palestras que ocorreram na Cidade do Cabo. No ano de 2012, em visita à Colômbia, participamos de Seminários na Universidad Externado da Colômbia e no Encontro de Memória Histórica na cidade de Santa Marta. No ano de 2014 o Museu da Maré realizou uma série de workshops nas cidades de Amsterdã e Roterdã, com instituições holandesas como o Museu da Cidade de Roterdã, Imagine C' e Cosmópolis. No ano de 2015 o Museu foi convidado a participar do Encontro da União de Museus Comunitários de Oaxaca, no México, onde proferimos palestra e no mesmo ano participamos como keynote speakers no Encontro Anual da Associação de Museus do Reino Unido, realizado na cidade de Cardiff, onde ministramos a palestra de abertura “Museums change lives”, participação esta articulada pelo British Council. No ano de 2017, o Museu foi convidado a participar de uma agenda cultural de 15 dias na cidade de Maputo, capital de Moçambique, como uma das experiências que inspiraram a criação do Museu de Mafalala, bairro da periferia da capital.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">O Museu da Maré nasce da iniciativa de moradores locais e, ao mesmo tempo, é o resultado da interação de diferentes agentes sociais, o que garante sua pluralidade. Dessa forma, o museu trabalha para a superação dos estigmas em relação às favelas e seus moradores, além de colaborar com o processo de alargamento da perspectiva do papel dos museus na realidade contemporânea. O museu não é um lugar para guardar objetos ou cultuar o passado. Ele é lugar de vida, conflitos e diálogo.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">A exposição de longa duração do Museu da Maré – ''Os Tempos da Maré'' - é o coração dos projetos desenvolvidos naquele espaço cultural. Nela, passado, presente e futuro convivem nos “tempos da água”, “da casa”, “da migração”, “do trabalho”, “da resistência”, “da festa”... São 12 temas (“tempos”) cuja museografia é construída a partir do lugar e da vida, sempre em diálogo com a diversidade cultural existente em nosso país. Na Maré, onde as visões estigmatizantes só conseguem enxergar as ausências, o Museu é um convite ao diálogo, à troca e à superação dos preconceitos.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Desde sua inauguração, o Museu da Maré vem desenvolvendo ações educativas, a partir de sua exposição de longa duração, voltadas para públicos variados de moradores e não moradores, formados por crianças e adolescente, jovens, adultos e idosos.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">No princípio, as ações educativas eram realizadas de maneira pontual pela equipe da biblioteca infanto-juvenil ''Elias José''[[#_ftn2|<span style="line-height:115%"><ref>A Biblioteca, inaugurada em 04/09/2008, é um projeto do Museu da Maré que integrou até 2018 o Programa Prazer em Ler do Instituto C&A.</ref></span>]].As ações consistiam na realização de chás de memórias, rodas de leitura com o livro ''Contos e Lendas da Maré''<ref>O livro, lançado em 2003, foi fruto de histórias coletadas pela Rede Memória da Maré, que realizou pesquisa de história oral com moradores antigos locais. Os depoimentos dos moradores trouxeram à tona causos, contos e lendas, que foram sistematizados por jovens e adolescentes participantes da oficina de produção textual do Núcleo de Comunicação do CEASM.</ref> e visitas guiadas à exposição de longa duração com o grupo ''Maré de Histórias'', grupo de contadores de histórias da Maré – projeto desenvolvido pela biblioteca -, que utiliza as histórias do livro ''Contos e Lendas'' para conduzir os visitantes de forma lúdica pelos “tempos” da exposição.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Em abril de 2013, após a seleção do Museu da Maré pelo ''Programa Petrobras Cultural'', foi possível investir na formação de uma equipe voltada para trabalhar o projeto educativo do Museu, articulando as diversas ações que já vinham sendo desenvolvidas desde sua criação. Nesse sentido, os trabalhos realizados pela biblioteca, pelo arquivo, pelas oficinas culturais, pela reserva técnica, enfim, por todos os projetos do museu são orientados pelo educativo.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Uma das principais ações da equipe do educativo está direcionada para a formação de alunos do2° ano do Ensino Médio, com idade entre 15 e 18 anos. Esses jovens fazem parte do ''Programa Jovens Talentos'' da FAPERJ (Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) e recebem bolsa mensal de ajuda de custo no valor de R$ 220,00. </span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">O programa ocorre no Museu desde 2008, graças à parceria com a FAPERJ e professores da UNIRIO, da UFRRJ e da UERJ. Cada turma é formada em média por 8 bolsistas, que permanecem no Museu por 18 meses e recebem formação prática e teórica nas áreas de museologia, memória, história, literatura, arquivo e mediação.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">O Museu da Maré não foi criado para ser um ''museuzinho da favela'', para manter as pessoas em seu gueto, cultuando suas lembranças e seus objetos de “pouco” valor. Sua origem, como já foi dito anteriormente, parte do desejo dos moradores, que estabeleceram o diálogo com pessoas de vários lugares e diferentes saberes. Desde o seu início, o diálogo, a valorização da diversidade, as trocas de saberes e fazeres alicerçam todas as ações empreendidas pelos agentes sociais que atuam no projeto.</span></span></span></span></p> <p style="margin-bottom:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Dessa forma, o projeto educativo do museu não se restringe a discutir questões locais, mas estabelece pontes de comunicação com realidades diversas e, por isso mesmo pode ser replicado em outros espaços fora da Maré, como museus e escolas. Esse é o motivo do Museu da Maré continuar vivo, emocionando e provocando pessoas e instituições de diferentes lugares, misturando conhecimentos e práticas, e colaborando para a construção de novas perspectivas de transformação social.</span></span></span></span></p> <p style="margin-bottom:12.0pt; text-align:justify"> </p> <p style="text-align:justify"> </p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">BIBLIOGRAFIA:</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">CENTRO DE ESTUDOS E AÇÕES SOLIDÁRIAS DA MARÉ (CEASM). ''A Maré em dados: Censo 2000''. Rio de Janeiro, 2003.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">______________________. ''Instituições do Bairro Maré: dados gerais''. Rio de Janeiro, 2004.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">CHAGAS, Mário. “Memória política e política de memória”. In ABREU, Regina; CHAGAS, Mário (orgs). ''Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. ''Rio de Janeiro, DP&A, 2003.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">SANTOS, Carlos Nelson Ferreira dos; SILVA, Maria Lais Pereira da. ''O Morro do Timbau''. Relatório de pesquisa para o HABITAT/ONU. Rio de Janeiro, 1983, mimeo.</span></span></span></span></p> <p class="MsoFootnoteText" style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">SILVA, Cláudia Rose Ribeiro da. '' Maré: a invenção de um bairro''. Dissertação (Mestrado em Bens Culturais e Projetos Sociais) – Programa de Pós Graduação em História Política e Bens Culturais, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2006.</span></span></span></span></p> <p class="MsoFootnoteText" style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">VAZ, Lílian Fessler (coord.).''História dos bairros da Maré: espaço, tempo e vida cotidiana no Complexo da Maré''. UFRJ, Rio de Janeiro, 1994.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">VIEIRA, Antônio Carlos Pinto. ''Histórico da Maré''. Rio de Janeiro, CEASM, 1998, mimeo.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"> </p> <div> </div> | <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">O Museu conta com Arquivo, Biblioteca, Reserva Técnica, Exposição de longa duração e Galeria para exposições temporárias, laboratório de conservação, área administrativa e outros espaços. Além disso, o Museu disponibiliza para a comunidade oficinas culturais, que trabalham com variadas linguagens artísticas e atendem a mais de 300 pessoas das mais diversas faixas etárias.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Ao longo dos seus 13 anos de existência o Museu tem se constituído em fonte de inspiração para diversas outras iniciativas, o que motivou a criação do Programa Pontos de Memória, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM, hoje iniciativa de abrangência nacional, contando inclusive com edital específico para os Pontos de Cultura que trabalham com a questão da memória.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">O Museu da Maré é uma das iniciativas fundadoras da Rede de Museologia Social do Rio de Janeiro, coletivo que reúne mais de 60 experiências no campo da Museologia Social, comprometida com a preservação e a divulgação das memórias populares e dos patrimônios das favelas, Baixada Fluminense, Zona Oeste e cidades do interior do estado.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Por tudo isso, o Museu da Maré consolidou-se como uma referência nacional e internacional de grande importância e visibilidade, contribuindo para uma imagem altamente positiva da cultura e da museologia brasileiras e inspirando outros tantos processos no Brasil e no exterior. A experiência do Museu da Maré foi decisiva para que a</span></span>23ª. Conferência Geral do Conselho Internacional de Museus - ICOM, fosse realizada no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, em agosto de 2013. O reconhecimento do trabalho realizado pelo Museu da Maré foi fundamental para que diversas instâncias do poder público investissem recursos na manutenção e no desenvolvimento de seus programas, projetos e ações.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Como experiência internacional, o Museu da Maré, no ano de 2011, estabeleceu um programa de intercâmbio com o</span></span>District Six Museum, da África do Sul, com a realização de oficinas e palestras que ocorreram na Cidade do Cabo. No ano de 2012, em visita à Colômbia, participamos de Seminários na Universidad Externado da Colômbia e no Encontro de Memória Histórica na cidade de Santa Marta. No ano de 2014 o Museu da Maré realizou uma série de workshops nas cidades de Amsterdã e Roterdã, com instituições holandesas como o Museu da Cidade de Roterdã, Imagine C' e Cosmópolis. No ano de 2015 o Museu foi convidado a participar do Encontro da União de Museus Comunitários de Oaxaca, no México, onde proferimos palestra e no mesmo ano participamos como keynote speakers no Encontro Anual da Associação de Museus do Reino Unido, realizado na cidade de Cardiff, onde ministramos a palestra de abertura “Museums change lives”, participação esta articulada pelo British Council. No ano de 2017, o Museu foi convidado a participar de uma agenda cultural de 15 dias na cidade de Maputo, capital de Moçambique, como uma das experiências que inspiraram a criação do Museu de Mafalala, bairro da periferia da capital.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">O Museu da Maré nasce da iniciativa de moradores locais e, ao mesmo tempo, é o resultado da interação de diferentes agentes sociais, o que garante sua pluralidade. Dessa forma, o museu trabalha para a superação dos estigmas em relação às favelas e seus moradores, além de colaborar com o processo de alargamento da perspectiva do papel dos museus na realidade contemporânea. O museu não é um lugar para guardar objetos ou cultuar o passado. Ele é lugar de vida, conflitos e diálogo.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">A exposição de longa duração do Museu da Maré – ''Os Tempos da Maré'' - é o coração dos projetos desenvolvidos naquele espaço cultural. Nela, passado, presente e futuro convivem nos “tempos da água”, “da casa”, “da migração”, “do trabalho”, “da resistência”, “da festa”... São 12 temas (“tempos”) cuja museografia é construída a partir do lugar e da vida, sempre em diálogo com a diversidade cultural existente em nosso país. Na Maré, onde as visões estigmatizantes só conseguem enxergar as ausências, o Museu é um convite ao diálogo, à troca e à superação dos preconceitos.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Desde sua inauguração, o Museu da Maré vem desenvolvendo ações educativas, a partir de sua exposição de longa duração, voltadas para públicos variados de moradores e não moradores, formados por crianças e adolescente, jovens, adultos e idosos.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">No princípio, as ações educativas eram realizadas de maneira pontual pela equipe da biblioteca infanto-juvenil ''Elias José''[[#_ftn2|<span style="line-height:115%"><ref>A Biblioteca, inaugurada em 04/09/2008, é um projeto do Museu da Maré que integrou até 2018 o Programa Prazer em Ler do Instituto C&A.</ref></span>]].As ações consistiam na realização de chás de memórias, rodas de leitura com o livro ''Contos e Lendas da Maré''<ref>O livro, lançado em 2003, foi fruto de histórias coletadas pela Rede Memória da Maré, que realizou pesquisa de história oral com moradores antigos locais. Os depoimentos dos moradores trouxeram à tona causos, contos e lendas, que foram sistematizados por jovens e adolescentes participantes da oficina de produção textual do Núcleo de Comunicação do CEASM.</ref> e visitas guiadas à exposição de longa duração com o grupo ''Maré de Histórias'', grupo de contadores de histórias da Maré – projeto desenvolvido pela biblioteca -, que utiliza as histórias do livro ''Contos e Lendas'' para conduzir os visitantes de forma lúdica pelos “tempos” da exposição.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Em abril de 2013, após a seleção do Museu da Maré pelo ''Programa Petrobras Cultural'', foi possível investir na formação de uma equipe voltada para trabalhar o projeto educativo do Museu, articulando as diversas ações que já vinham sendo desenvolvidas desde sua criação. Nesse sentido, os trabalhos realizados pela biblioteca, pelo arquivo, pelas oficinas culturais, pela reserva técnica, enfim, por todos os projetos do museu são orientados pelo educativo.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Uma das principais ações da equipe do educativo está direcionada para a formação de alunos do2° ano do Ensino Médio, com idade entre 15 e 18 anos. Esses jovens fazem parte do ''Programa Jovens Talentos'' da FAPERJ (Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) e recebem bolsa mensal de ajuda de custo no valor de R$ 220,00. </span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">O programa ocorre no Museu desde 2008, graças à parceria com a FAPERJ e professores da UNIRIO, da UFRRJ e da UERJ. Cada turma é formada em média por 8 bolsistas, que permanecem no Museu por 18 meses e recebem formação prática e teórica nas áreas de museologia, memória, história, literatura, arquivo e mediação.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">O Museu da Maré não foi criado para ser um ''museuzinho da favela'', para manter as pessoas em seu gueto, cultuando suas lembranças e seus objetos de “pouco” valor. Sua origem, como já foi dito anteriormente, parte do desejo dos moradores, que estabeleceram o diálogo com pessoas de vários lugares e diferentes saberes. Desde o seu início, o diálogo, a valorização da diversidade, as trocas de saberes e fazeres alicerçam todas as ações empreendidas pelos agentes sociais que atuam no projeto.</span></span></span></span></p> <p style="margin-bottom:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">Dessa forma, o projeto educativo do museu não se restringe a discutir questões locais, mas estabelece pontes de comunicação com realidades diversas e, por isso mesmo pode ser replicado em outros espaços fora da Maré, como museus e escolas. Esse é o motivo do Museu da Maré continuar vivo, emocionando e provocando pessoas e instituições de diferentes lugares, misturando conhecimentos e práticas, e colaborando para a construção de novas perspectivas de transformação social.</span></span></span></span></p> <p style="margin-bottom:12.0pt; text-align:justify"> </p> <p style="text-align:justify"> </p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">BIBLIOGRAFIA:</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">CENTRO DE ESTUDOS E AÇÕES SOLIDÁRIAS DA MARÉ (CEASM). ''A Maré em dados: Censo 2000''. Rio de Janeiro, 2003.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">______________________. ''Instituições do Bairro Maré: dados gerais''. Rio de Janeiro, 2004.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">CHAGAS, Mário. “Memória política e política de memória”. In ABREU, Regina; CHAGAS, Mário (orgs). ''Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. ''Rio de Janeiro, DP&A, 2003.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">SANTOS, Carlos Nelson Ferreira dos; SILVA, Maria Lais Pereira da. ''O Morro do Timbau''. Relatório de pesquisa para o HABITAT/ONU. Rio de Janeiro, 1983, mimeo.</span></span></span></span></p> <p class="MsoFootnoteText" style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">SILVA, Cláudia Rose Ribeiro da. '' Maré: a invenção de um bairro''. Dissertação (Mestrado em Bens Culturais e Projetos Sociais) – Programa de Pós Graduação em História Política e Bens Culturais, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2006.</span></span></span></span></p> <p class="MsoFootnoteText" style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">VAZ, Lílian Fessler (coord.).''História dos bairros da Maré: espaço, tempo e vida cotidiana no Complexo da Maré''. UFRJ, Rio de Janeiro, 1994.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:smaller;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span style="line-height:150%">VIEIRA, Antônio Carlos Pinto. ''Histórico da Maré''. Rio de Janeiro, CEASM, 1998, mimeo.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"> </p> <div> </div> | ||
[[Category:Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM)]] [[Category:Museu | | ||
[[Category:Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM)]][[Category:Museu]][[Category:Conjunto de Favelas da Maré]][[Category:Memória]][[Category:Pertencimento]] | |||
