Favela-bairro (programa): mudanças entre as edições

Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 2: Linha 2:
= <span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">O projeto</span></span></span></span> =
= <span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">O projeto</span></span></span></span> =


= <span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">Favela-Bairro foi um Programa da prefeitura do Rio de Janeiro que vigorou de 1994 a 2000. Seu nome oficial era Programa de Urbanização de Assentamentos Populares do Rio de Janeiro - PROAP-Rio e visava dotar favelas e loteamentos irregulares de infra-estrutura e serviços sociais básicos, regularizá-los e integrá-los aos bairros. Além do Favela-Bairro, voltado às favelas, o PROAP-Rio incluía o Morar legal, de regularização de assentamentos.</span></span></span></span> =
<span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">Favela-Bairro foi um Programa da prefeitura do Rio de Janeiro que vigorou de 1994 a 2000. Seu nome oficial era Programa de Urbanização de Assentamentos Populares do Rio de Janeiro - PROAP-Rio e visava dotar favelas e loteamentos irregulares de infra-estrutura e serviços sociais básicos, regularizá-los e integrá-los aos bairros. Além do Favela-Bairro, voltado às favelas, o PROAP-Rio incluía o Morar legal, de regularização de assentamentos.</span></span></span></span>
<p style="text-align:justify"><span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">O PROAP foi financiado pelo governo municipal da cidade e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e envolveu soma significativa de recursos - aproximadamente US$ 626 milhões. Seu objetivo era beneficiar ao menos 106 favelas do Rio de Janeiro e 24 loteamentos irregulares, atingindo uma população estimada em 580 mil habitantes.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">O Favela-Bairro tinha concepção diferenciada de seus antecessores ao relacionar a exclusão social ao território-local – no caso a favela, e organizar de forma integrada um conjunto de ações urbanas e sociais sobre as condições daquele território. O objetivo final era fazer da favela parte integrante dos bairros onde estavam localizadas e, assim, fazer com que seus habitantes fossem considerados parte da cidade como outros.</span></span></span></span></p> <p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; text-align:justify"><span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">Como política pública, o Programa Favela-Bairro foi fruto de uma nova mentalidade entre os administradores públicos municipais. A Constituição de 1988 incorporou os planos diretores e o <span style="background:white"><span style="color:#222222">planejamento urbano municipais como preceitos para o pleno desenvolvimento das cidades e bem estar de seus habitantes</span></span>. A democratização fez crescerem as demandas das populações das favelas </span>por direito à moradia digna e serviços sociais públicos e, paralelamente, registrava-se o crescimento da violência na cidade do Rio de Janeiro. Assim, uma nova concepção de política pública reconhecia que '''<span style="line-height:115%">a.&nbsp;</span>'''<span style="line-height:115%">as favelas deviam ocupar lugar central na agenda pública municipal, passando a constar nos mapas e cadastros da cidade; '''b. '''a forte segregação existente no município deveria ser combatida buscando-se integrar as favelas à cidade, aumentando a presença do Estado e a oferta de serviços públicos; '''c. '''cada favela era formada por uma comunidade possuidora de uma história, valores e hábitos culturais que deviam ser respeitados pelas intervenções do poder público; '''d. '''a &nbsp;integração das favelas à cidade exigia a intersetorialidade das ações públicas, buscando-se superar a fragmentação que vinha caracterizando as políticas públicas; '''e. '''o sucesso das intervenções públicas nas favelas dependia do envolvimento e da participação ativa da comunidade.</span></span></span></span></p>  
<p style="text-align:justify"><span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">O PROAP foi financiado pelo governo municipal da cidade e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e envolveu soma significativa de recursos - aproximadamente US$ 626 milhões. Seu objetivo era beneficiar ao menos 106 favelas do Rio de Janeiro e 24 loteamentos irregulares, atingindo uma população estimada em 580 mil habitantes.</span></span></span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">O Favela-Bairro tinha concepção diferenciada de seus antecessores ao relacionar a exclusão social ao território-local – no caso a favela, e organizar de forma integrada um conjunto de ações urbanas e sociais sobre as condições daquele território. O objetivo final era fazer da favela parte integrante dos bairros onde estavam localizadas e, assim, fazer com que seus habitantes fossem considerados parte da cidade como outros.</span></span></span></span></p> <p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; text-align:justify"><span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">Como política pública, o Programa Favela-Bairro foi fruto de uma nova mentalidade entre os administradores públicos municipais. A Constituição de 1988 incorporou os planos diretores e o <span style="background:white"><span style="color:#222222">planejamento urbano municipais como preceitos para o pleno desenvolvimento das cidades e bem estar de seus habitantes</span></span>. A democratização fez crescerem as demandas das populações das favelas </span>por direito à moradia digna e serviços sociais públicos e, paralelamente, registrava-se o crescimento da violência na cidade do Rio de Janeiro. Assim, uma nova concepção de política pública reconhecia que '''<span style="line-height:115%">a.&nbsp;</span>'''<span style="line-height:115%">as favelas deviam ocupar lugar central na agenda pública municipal, passando a constar nos mapas e cadastros da cidade; '''b. '''a forte segregação existente no município deveria ser combatida buscando-se integrar as favelas à cidade, aumentando a presença do Estado e a oferta de serviços públicos; '''c. '''cada favela era formada por uma comunidade possuidora de uma história, valores e hábitos culturais que deviam ser respeitados pelas intervenções do poder público; '''d. '''a &nbsp;integração das favelas à cidade exigia a intersetorialidade das ações públicas, buscando-se superar a fragmentação que vinha caracterizando as políticas públicas; '''e. '''o sucesso das intervenções públicas nas favelas dependia do envolvimento e da participação ativa da comunidade.</span></span></span></span></p>  
= <span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">As estapas</span></span></span></span> =
= <span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">As estapas</span></span></span></span> =
Linha 54: Linha 54:
<span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">Alguns elementos inovadores podem ser destacados, que indicam tanto avanços como limitações ao Programa. Entre eles destacam-se: a '''intersetorialidade''' na concepção e execução de ações/políticas sobre um mesmo território; a '''participação '''da comunidade e a '''sustentabilidade''' das ações após o término do Programa. Um quarto elemento seria a '''integração''' das populações urbanas residentes em favelas à cidade. Este seria o resultado final que se almejava, mas que não foi de fato alcançado. Menos pelas limitações do Programa e mais pelas condições de continuidade, em longo prazo, de uma política urbana ampla e integrada às necessidades de desenvolvimento da cidadania dos cidadãos da cidade do Rio de Janeiro.</span></span></span></span>
<span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%"><span style="line-height:115%">Alguns elementos inovadores podem ser destacados, que indicam tanto avanços como limitações ao Programa. Entre eles destacam-se: a '''intersetorialidade''' na concepção e execução de ações/políticas sobre um mesmo território; a '''participação '''da comunidade e a '''sustentabilidade''' das ações após o término do Programa. Um quarto elemento seria a '''integração''' das populações urbanas residentes em favelas à cidade. Este seria o resultado final que se almejava, mas que não foi de fato alcançado. Menos pelas limitações do Programa e mais pelas condições de continuidade, em longo prazo, de uma política urbana ampla e integrada às necessidades de desenvolvimento da cidadania dos cidadãos da cidade do Rio de Janeiro.</span></span></span></span>
<p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; text-align:justify">&nbsp;</p> <p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; text-align:justify"><span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%">Referência:</span></span></span></p> <p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; text-align:justify"><span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%">Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. PROAP II - regulamento operacional. RJ, 2000.</span></span></span></p> <p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; text-align:justify">&nbsp;</p> <p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin-bottom:.0001pt; text-align:justify">&nbsp;</p> <p style="text-align:justify">&nbsp;</p> <p style="text-align:justify">&nbsp;</p>   
<p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; text-align:justify">&nbsp;</p> <p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; text-align:justify"><span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%">Referência:</span></span></span></p> <p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; text-align:justify"><span style="font-size:medium;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:115%">Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. PROAP II - regulamento operacional. RJ, 2000.</span></span></span></p> <p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; text-align:justify">&nbsp;</p> <p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin-bottom:.0001pt; text-align:justify">&nbsp;</p> <p style="text-align:justify">&nbsp;</p> <p style="text-align:justify">&nbsp;</p>   
[[Category:Favela Bairro]][[Category:Direito à cidade]][[Category:Direito à favela]][[Category:Urbanização]][[Category:Políticas Públicas]]
[[Category:Favela Bairro]] [[Category:Direito à cidade]] [[Category:Direito à favela]] [[Category:Urbanização]] [[Category:Políticas Públicas]]