Complexo do Alemão: mudanças entre as edições
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Grupo criado em 2001 e formalizado em 2004. Trabalha na construção de uma identidade da favela, valorização das virtudes locais, a partir do trabalho e das percepções do próprio Complexo do Alemão. Desenvolvem todas as atividades dentro de dois grandes eixos. Um ligado à Comunicação e à Cultura. Fazendo debates de comunicação crítica como forma de criar novas maneiras de comunicação dentro das favelas. E desenvolvem fortemente o trabalho cultural que, ao mesmo tempo, é fim mas também é meio, enquanto instrumento para viabilizar todos os outros trabalhos. O outro eixo é do programa é o de produção de conhecimento em ligação direta com as universidades, com produção de conhecimento acadêmico, técnico, popular e de vivências. A ideia é promover o desenvolvimento local a partir de diálogos dos diversos saberes produzidos pelas favelas, sobretudo no Complexo do Alemão. O grupo se articula fortemente com Universidades, ONG e outros coletivos e movimentos políticos e muito legitimado no território. | Grupo criado em 2001 e formalizado em 2004. Trabalha na construção de uma identidade da favela, valorização das virtudes locais, a partir do trabalho e das percepções do próprio Complexo do Alemão. Desenvolvem todas as atividades dentro de dois grandes eixos. Um ligado à Comunicação e à Cultura. Fazendo debates de comunicação crítica como forma de criar novas maneiras de comunicação dentro das favelas. E desenvolvem fortemente o trabalho cultural que, ao mesmo tempo, é fim mas também é meio, enquanto instrumento para viabilizar todos os outros trabalhos. O outro eixo é do programa é o de produção de conhecimento em ligação direta com as universidades, com produção de conhecimento acadêmico, técnico, popular e de vivências. A ideia é promover o desenvolvimento local a partir de diálogos dos diversos saberes produzidos pelas favelas, sobretudo no Complexo do Alemão. O grupo se articula fortemente com Universidades, ONG e outros coletivos e movimentos políticos e muito legitimado no território. | ||
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= Política e associativismo comunitário = | = Política e associativismo comunitário = | ||
Coletivos como o [[Ocupa_Alemão|Ocupa_Alemão]], que são organizados a partir de histórias de sofrimento e violência que as famílias da região sofrem tanto por parte do crime organizado quanto por parte do Estado. As [[Associações_de_Moradores_no_Alemão|Associações de Moradores]] surgem em contexto parecido, para lutar pelo direito de viver com dignidade naquele espaço. Atualmente, o bairro do Complexo do Alemão conta com doze associações de moradores que representam 13 favelas: Alvorada, Baiana, Casinhas, Esperança, Grota, Itararé, Matinha, Mineiros, Morro do Adeus, Morro do Alemão, Nova Brasília, Pedra do Sapo e Reservatório de Ramos. | Coletivos como o [[Ocupa_Alemão|Ocupa_Alemão]], que são organizados a partir de histórias de sofrimento e violência que as famílias da região sofrem tanto por parte do crime organizado quanto por parte do Estado. As [[Associações_de_Moradores_no_Alemão|Associações de Moradores]] surgem em contexto parecido, para lutar pelo direito de viver com dignidade naquele espaço. Atualmente, o bairro do Complexo do Alemão conta com doze associações de moradores que representam 13 favelas: Alvorada, Baiana, Casinhas, Esperança, Grota, Itararé, Matinha, Mineiros, Morro do Adeus, Morro do Alemão, Nova Brasília, Pedra do Sapo e Reservatório de Ramos. | ||
== Associação de Moradores do Alemão == | |||
'''Autor: Nilton Gomes ‘Diquinho’ (Complexo do Alemão).''' | |||
De uma maneira geral, podemos entender o processo de formação das associações de moradores do Complexo do Alemão como um reflexo da história urbana carioca, em outras palavras, podemos contar um pouco do processo de uma trajetória política da relação do poder público com as favelas da cidade do Rio de Janeiro ao reconstituir o histórico de construção das associações de moradores do Alemão. | |||
Atualmente, o bairro do Complexo do Alemão conta com doze associações de moradores que representam 13 favelas: Alvorada, Baiana, Casinhas, Esperança, Grota, Itararé, Matinha, Mineiros, Morro do Adeus, Morro do Alemão, Nova Brasília, Pedra do Sapo e Reservatório de Ramos. A primeira delas foi a da Nova Brasília, comunidade que tem esse nome por ter se constituído ao mesmo tempo em que a capital brasileira estava sendo construída. Na década de 1950, ainda, foi fundada as Associações de Moradores de Nova Brasília e a do Morro do Alemão, ainda não com estes nomes, no bojo de um processo de luta e resistência favelada que tomava corpo na cidade como um todo, sobretudo com a influência de comunistas na organização de moradores/trabalhadores. No início da década seguinte, foram fundadas a associação de moradores de Joaquim de Queirós (atualmente, conhecida como Grota). Ecoando outro movimento da histórica da política urbana para as favelas no Rio de Janeiro que foi a tentativa do governo da Guanabara em controlar politicamente tais organizações, fomentando a criação de novas associações de modo tutelado. A segunda metade da década de 70 são marcadas pela instauração do governo autoritário, e da repressão violenta às associações de moradores mais combativas e mesmo à Faferj. No início da década de 1980, os ventos da redemocratização também chegaram às favelas cariocas, marcada sobretudo por uma nova eleição da Faferj, em que, uma das chapas, era composta por mim, Nilton Gomes, o Diquinho, candidato a vice-presidente. Esse período também é marcado pela ampliação da abertura de novas associações de moradores pelo Complexo do Alemão. | |||
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