Remoções de favelas no Rio de Janeiro: mudanças entre as edições

Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 4: Linha 4:
= <span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span lang="PT"><span style="line-height:150%">O que é a política de remoção de favelas?</span></span></span></span></span> =
= <span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span lang="PT"><span style="line-height:150%">O que é a política de remoção de favelas?</span></span></span></span></span> =


<span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><big><span style="line-height:150%"><span lang="PT"><span style="line-height:150%">As remoções de favelas, enquanto política e tecnologia governamental, afetam de diversas maneiras a vida dos moradores de muitos territórios no Rio de Janeiro. Ao longo do século XX, a Zona Sul e o Centro da cidade eram os principais alvos da política de remoção de favelas. Na atualidade, as favelas da Zona Oeste têm sofrido processos de remoção, à medida em que o capital imobiliário avança na região. As pesquisas sobre o tema demonstram que ao longo da história urbana do Rio de Janeiro diferentes governos acionaram diversas técnicas e estratégias para promover a expulsão de famílias das terras onde habitavam há décadas. A quantificação das casas (cálculos de indenização), cadastramentos de moradores e marcas nas edificações, classificações de solos e edificações (discurso do risco), além da desinformação e da produção de cenários de guerra marcados por escombros, entulhos e poeira, são algumas das técnicas da política remocionista. Normalmente, durante um processo de remoção ocorrem muitas violações de direitos humanos, na medida em que os próprios dispositivos legais não são respeitados pelos agentes estatais. Desconsidera-se direitos, como o direito à posse da terra, assim como utiliza-se o aparato estatal para promover repressão. A tortura psicológica é algo comumente narrado por moradores que vivenciam processos de remoção. A demolição das casas e dos equipamentos comunitários equivale à destruição de histórias de autoconstrução de moradias e infraestrutura urbana pelos que habitam as localidades. A remoção promove uma ruptura na vida dos moradores de favelas, desfazendo vínculos e relações sociais, afetivas e espaciais, já que, normalmente, o reassentamento ocorre em lugares distantes do lugar originário de moradia. Longe de ser uma particularidade da cidade do Rio de Janeiro, a remoção de favelas é parte constitutiva da lógica de funcionamento do capitalismo em território urbano. Cabe ressaltar que a história das remoções de favelas é também uma história de resistência popular contra essa forma estatal de governo da vida.&nbsp;</span></span></span></big></span></span>
<samp><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span lang="PT"><span style="line-height:150%">As remoções de favelas, enquanto política e tecnologia governamental, afetam de diversas maneiras a vida dos moradores de muitos territórios no Rio de Janeiro. Ao longo do século XX, a Zona Sul e o Centro da cidade eram os principais alvos da política de remoção de favelas. Na atualidade, as favelas da Zona Oeste têm sofrido processos de remoção, à medida em que o capital imobiliário avança na região. As pesquisas sobre o tema demonstram que ao longo da história urbana do Rio de Janeiro diferentes governos acionaram diversas técnicas e estratégias para promover a expulsão de famílias das terras onde habitavam há décadas. A quantificação das casas (cálculos de indenização), cadastramentos de moradores e marcas nas edificações, classificações de solos e edificações (discurso do risco), além da desinformação e da produção de cenários de guerra marcados por escombros, entulhos e poeira, são algumas das técnicas da política remocionista. Normalmente, durante um processo de remoção ocorrem muitas violações de direitos humanos, na medida em que os próprios dispositivos legais não são respeitados pelos agentes estatais. Desconsidera-se direitos, como o direito à posse da terra, assim como utiliza-se o aparato estatal para promover repressão. A tortura psicológica é algo comumente narrado por moradores que vivenciam processos de remoção. A demolição das casas e dos equipamentos comunitários equivale à destruição de histórias de autoconstrução de moradias e infraestrutura urbana pelos que habitam as localidades. A remoção promove uma ruptura na vida dos moradores de favelas, desfazendo vínculos e relações sociais, afetivas e espaciais, já que, normalmente, o reassentamento ocorre em lugares distantes do lugar originário de moradia. Longe de ser uma particularidade da cidade do Rio de Janeiro, a remoção de favelas é parte constitutiva da lógica de funcionamento do capitalismo em território urbano. Cabe ressaltar que a história das remoções de favelas é também uma história de resistência popular contra essa forma estatal de governo da vida.&nbsp;</span></span></span></span></span></samp>


&nbsp;
&nbsp;
Linha 19: Linha 19:


<span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span lang="PT"><span style="line-height:150%">De&nbsp; acordo&nbsp; com&nbsp; dados&nbsp; fornecidos&nbsp; pela&nbsp; Assessoria&nbsp; de&nbsp; Comunicação&nbsp; Social&nbsp; da&nbsp; Secretaria Municipal de&nbsp; Habitação (SMH), 20.299 famílias foram removidas de suas&nbsp; casas em&nbsp; favelas do Rio&nbsp; de&nbsp; Janeiro&nbsp; entre&nbsp; 2009&nbsp; e&nbsp; 2013&nbsp; (Azevedo&nbsp; &&nbsp; Faulhaber,&nbsp; 2015). Os impactos</span></span><span lang="ES-TRAD"><span style="line-height:150%">sobre trajet</span></span><span lang="PT"><span style="line-height:150%">órias habitacionais, percursos e a mobilidade dos sujeitos na cidade, em um contexto de reatualização da política de remoção de favelas, se materializam no mapa abaixo.</span></span></span></span></span>
<span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span lang="PT"><span style="line-height:150%">De&nbsp; acordo&nbsp; com&nbsp; dados&nbsp; fornecidos&nbsp; pela&nbsp; Assessoria&nbsp; de&nbsp; Comunicação&nbsp; Social&nbsp; da&nbsp; Secretaria Municipal de&nbsp; Habitação (SMH), 20.299 famílias foram removidas de suas&nbsp; casas em&nbsp; favelas do Rio&nbsp; de&nbsp; Janeiro&nbsp; entre&nbsp; 2009&nbsp; e&nbsp; 2013&nbsp; (Azevedo&nbsp; &&nbsp; Faulhaber,&nbsp; 2015). Os impactos</span></span><span lang="ES-TRAD"><span style="line-height:150%">sobre trajet</span></span><span lang="PT"><span style="line-height:150%">órias habitacionais, percursos e a mobilidade dos sujeitos na cidade, em um contexto de reatualização da política de remoção de favelas, se materializam no mapa abaixo.</span></span></span></span></span>
<p class="Corpo" style="font-style: italic; text-align: center;"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">[[File:79110.jpg|upright]]</span></span></p>
<p class="Corpo" style="font-style: italic; text-align: center;">[[File:79110.jpg|thumb|center|800px|Fonte: Lucas Faulhaber]]</p>  
<span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span lang="PT"><span style="line-height:150%">Fonte: Lucas Faulhaber</span></span></span></span></span>
 
&nbsp;
&nbsp;


Linha 33: Linha 31:


&nbsp;
&nbsp;
<p class="Corpo" style="font-style: italic; text-align: center;"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%">&nbsp; &nbsp;[[File:IMG 9691.JPG|RTENOTITLE]]</span></span></span></p>  
<p class="Corpo" style="font-style: italic; text-align: center;"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%">&nbsp; &nbsp;[[File:IMG 9691.JPG|thumb|center|Fotografia do filme Olympia]]</span></span></span></p>  
<span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span lang="PT"><span style="line-height:150%">Fotografia do filme Olympia</span></span></span></span></span>
&nbsp;
<p class="Corpo" style="font-style: italic; text-align: center;"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">[[File:DSC02277.jpeg|800px|RTENOTITLE]]</span></span></p>  
<p class="Corpo" style="font-style: italic; text-align: center;"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">[[File:DSC02277.jpeg|thumb|center|800px|Fotografia de Luiz Claudio Silva]]</span></span></p>  
<span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span lang="PT"><span style="line-height:150%">Fotografia de Luiz Claudio Silva</span></span></span></span></span>
&nbsp;


&nbsp;
&nbsp;
Linha 55: Linha 53:


&nbsp;
&nbsp;
<p style="font-style: italic; text-align: center;"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">[[File:IMG 9450 (1).JPG|RTENOTITLE]]</span></span></p>
<p style="font-style: italic; text-align: center;"><span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">[[File:IMG 9450 (1).JPG|thumb|center|Fotografia de minha autoria]]</span></span></p>  
<span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="line-height:150%"><span lang="PT"><span style="line-height:150%">Fotografia de minha autoria</span></span></span></span></span>
 
= <span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: larger;">O que se pode esperar do futuro?</span> =
= <span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: larger;">O que se pode esperar do futuro?</span> =


Linha 97: Linha 93:


&nbsp;
&nbsp;
[[Category:Remoção]][[Category:Moradia]][[Category:Sem-teto]]