Mortalidade por COVID-19 no Santa Marta: mudanças entre as edições

Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 17: Linha 17:
<p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Essa pesquisa reflete o processo histórico de organização, resistência e pensamento de setores representativos da favela Santa Marta:&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">a) Dimensões e conformação do território da favela facilitou o controle; b) O cuidado imediato com os moradores, alimentares e sanitários, bem como os&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">cuidados pessoais, resultou em número de mortes aquém dos prognósticos da pandemia sobre favelas; c) Presença ativa da sociedade civil de dentro e de fora da favela, apesar da ausência do&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Estado; d) Evidencia-se o maior número de mulheres mortas pelo Covid e/ou por suspeita de&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Covid; e) As condições domésticas e locais da falta de políticas públicas de assistência, sanitária&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">e habitacional, especialmente, dificultam a prevenção e acompanhamento da saúde dos moradoresmanutenção da saúde; f) Desafio: Testes do Covid para todos os moradores! g) A diferença de tratamento entre a favela e o asfalto exige mudança urgente imediata&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">de acesso às politicas públicas;&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Observação final: Essa pesquisa reflete o processo histórico de organização, atitude e pensamento de setores representativos dessa favela.&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">x.x.x.x. x.x.x.x.x.x.x&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">O Corona Vírus vai passar e a desigualdade continuará matando nos territórios populares?&nbsp;</span></span></p>  
<p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Essa pesquisa reflete o processo histórico de organização, resistência e pensamento de setores representativos da favela Santa Marta:&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">a) Dimensões e conformação do território da favela facilitou o controle; b) O cuidado imediato com os moradores, alimentares e sanitários, bem como os&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">cuidados pessoais, resultou em número de mortes aquém dos prognósticos da pandemia sobre favelas; c) Presença ativa da sociedade civil de dentro e de fora da favela, apesar da ausência do&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Estado; d) Evidencia-se o maior número de mulheres mortas pelo Covid e/ou por suspeita de&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Covid; e) As condições domésticas e locais da falta de políticas públicas de assistência, sanitária&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">e habitacional, especialmente, dificultam a prevenção e acompanhamento da saúde dos moradoresmanutenção da saúde; f) Desafio: Testes do Covid para todos os moradores! g) A diferença de tratamento entre a favela e o asfalto exige mudança urgente imediata&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">de acesso às politicas públicas;&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Observação final: Essa pesquisa reflete o processo histórico de organização, atitude e pensamento de setores representativos dessa favela.&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">x.x.x.x. x.x.x.x.x.x.x&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">O Corona Vírus vai passar e a desigualdade continuará matando nos territórios populares?&nbsp;</span></span></p>  
= <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Santa Marta Proteção Para Todos</span></span> =
= <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Santa Marta Proteção Para Todos</span></span> =
<p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Campanha coordenada no Santa Marta pelo Grupo Eco com o apoio direto da coordenação do projeto: Adair Rocha, Bebeto Abrantes, Carlos Wagner, Claudia Prado, Sarah Telles e Silvia Fiuza que juntos mobilizaram duzentos outros amigos que contribuíram com dinheiro e possibilitaram a entrega de cestas básicas, vale gás, álcool em gel, e máscaras para um grupo fixo de 55 famílias durante seis meses: abril, maio, junho, julho agosto e setembro. A Campanha também ofereceu Atendimento Médico Remoto sob a orientação do Dr, José Luiz de Magalhães Rios e o apoio logístico de Dorlene Meireles. A participação dos membros do Grupo Eco, moradores da Favela, foi fundamental para o sucesso da Campanha.&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Outros atores de destaque no Santa Marta no período da pandemia: Associação de Moradores (José Mário); Sanitização (Thiago e Tandy Firmino); Centro Esportivo (Ricardo); Creche Reino Infantil (Adriana); Cepac; Casa Santa Marta; Favelagrafia (Elana); Spanta.&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Associação Escola sem Muros Grupo Eco&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Rua Mestre Diniz, 33, Botafogo – Rio de Janeiro&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">'''F'''acebook – Grupo.Eco&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Instagram - @grupoeco.stm&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p>  <p style="text-align: justify;">[[Category:Santa Marta]] [[Category:Temática - Coronavírus]]</p>
<p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Campanha coordenada no Santa Marta pelo Grupo Eco com o apoio direto da coordenação do projeto: Adair Rocha, Bebeto Abrantes, Carlos Wagner, Claudia Prado, Sarah Telles e Silvia Fiuza que juntos mobilizaram duzentos outros amigos que contribuíram com dinheiro e possibilitaram a entrega de cestas básicas, vale gás, álcool em gel, e máscaras para um grupo fixo de 55 famílias durante seis meses: abril, maio, junho, julho agosto e setembro. A Campanha também ofereceu Atendimento Médico Remoto sob a orientação do Dr, José Luiz de Magalhães Rios e o apoio logístico de Dorlene Meireles. A participação dos membros do Grupo Eco, moradores da Favela, foi fundamental para o sucesso da Campanha.&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Outros atores de destaque no Santa Marta no período da pandemia: Associação de Moradores (José Mário); Sanitização (Thiago e Tandy Firmino); Centro Esportivo (Ricardo); Creche Reino Infantil (Adriana); Cepac; Casa Santa Marta; Favelagrafia (Elana); Spanta.&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Associação Escola sem Muros Grupo Eco&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Rua Mestre Diniz, 33, Botafogo – Rio de Janeiro&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">'''F'''acebook – Grupo.Eco&nbsp;</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:small;">Instagram - @grupoeco.stm&nbsp;</span></span></p>  
= Mortalidade por covid no Santa Marta =
<p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;"><meta charset="utf-8"></meta></p>
'''Mortalidade por COVID-19 na Favela Santa Marta, Rio de Janeiro&nbsp;'''
 
'''INTRODUÇÃO&nbsp;'''
 
'''A pandemia causada pela disseminação do Corona Vírus se alastrou pelo mundo e chegou ao Brasil, oficialmente em final de fevereiro de 2020.&nbsp;'''
 
'''No Brasil, especialmente nas principais capitais, especialistas chamaram a atenção para o grande risco do espalhamento do vírus nas favelas e o receio do grande número de óbitos nessa população.&nbsp;'''
 
'''Até o momento, não existem informações sobre o impacto da COVID na saúde dos moradores das Favelas. Um estudo apresentado pela Prefeitura em 21 de junho, em quatro favelas do Rio, indicou um pequeno percentual de contaminados. No entanto, o número de testes realizados ainda é considerado muito baixo pelos especialistas.&nbsp;'''
 
'''Uma tentativa de resposta a essa questão, foi desenvolvida por um grupo de moradores da Favela Santa Marta, uma das 763 favelas do Rio, localizada na encosta sul do Morro Dona Marta, no bairro de Botafogo. O Grupo Eco, uma das mais tradicionais lideranças da favela decidiu levantar o número de óbitos por COVID-19 entre os moradores da Favela, no período de Fevereiro a Junho 2020. Com a ausência de testagem de massa, a taxa de óbitos pode refletir, indiretamente, o percentual de infectados e a gravidade dos casos na população da favela.&nbsp;'''
 
'''A favela Santa Marta tem sua origem na década de 1930. Levantamento da Light (projeto para instalação de novos medidores) em 2009/2010, listava 1594 residências, com 5.409 moradores. Uma ampla rede social de apoio, organizada por lideranças e ativistas locais desenvolveu várias ações na comunidade para fazer face à Pandemia. Ações de informação, sanitização, atendimento médico remoto, proteção (máscaras e álcool em gel), pias para lavagem das mãos e alimentação (cesta básica) para todas as famílias vulneráveis.&nbsp;'''
 
'''Por ser uma favela de tamanho médio para pequeno e ter uma conformação geográfica bem delimitada (contida fisicamente por dois muros que a ladeiam) e, por isso, uma população menos flutuante, é possível colher informações mais precisas para uma análise mais fidedigna, que possa espelhar o que está acontecendo nas favelas do Rio de Janeiro.&nbsp;'''
 
'''METODOLOGIA&nbsp;'''
 
'''Como não existem registros oficiais disponíveis, a tempo, o levantamento dos óbitos foi feito a partir de informações colhidas na própria comunidade. Foram feitas sondagens nas redes sociais da Favela, por onde circula todo tipo de informação, inclusive morte e enterros. Também foram coletadas informações a partir das chamadas para os sepultamentos, que são feitos pela Associação de Moradores habitualmente, e interrogando moradores que têm alguma liderança e circulam pela favela: o responsável pela manutenção da rede de água da comunidade, trabalhadores de obras na favela, as coordenadoras de creches, o dirigente do centro esportivo.&nbsp;'''
 
'''A partir de um roteiro inicial, foi contratada uma moradora local, formada em Serviço Social e ex-agente de saúde da clínica da família, para abordar os familiares e conversar sobre as mortes, com o objetivo de saber quantos morreram de COVID-19 e em que condições.&nbsp;'''
 
'''RESULTADOS:&nbsp;'''
 
'''Foram identificados inicialmente 10 pessoas que morreram entre fevereiro e junho na favela de Santa Marta, de qualquer causa possível. No entanto, um foi descartado por já não morar na favela há alguns anos, apesar de ter familiares e amigos no Santa Marta. Portanto, ocorreram 9 óbitos, cujas famílias foram entrevistadas. Cinco morreram em decorrência da COVID-19, confirmada pelas circunstâncias: atestado óbito COVID-19 suspeito, ou sepultamento com protocolo COVID-19. Não existiram exames ou atestados confirmatórios.&nbsp;'''
 
'''Dos nove óbitos identificados no período, oito mulheres e um homem, seis tinham mais de 50 anos e três na faixa dos trinta. Quatro eram brancos e cinco pretos. Todos que morreram tinham uma ou mais doenças pré-existentes: Hipertensão, diabetes, obesidade, doenças respiratórias e doença renal. Dos 5 mortos por COVID-19, dois tinham menos de 60 anos, quatro tinham Hipertensão Arterial e Diabetes, como co-morbidades. Obesidade e Depressão foram também associadas.&nbsp;'''
 
'''Os dados estão compilados na tabela 1, abaixo.&nbsp;'''
 
'''TABELA 1 – Características das 9 mortes ocorridas no Santa Marta no período de Fevereiro a Junho 2020&nbsp;'''
 
'''Características Morador 1 Morador 2 Morador 3 Morador 4 Morador 5&nbsp;'''
 
'''Sexo Feminino Feminino Feminino Feminino Feminino Idade 39 anos 35 anos 84 anos 74 anos 76 anos Cor Branca Branca Negra Negra Parda Comorbidades Diabetes,&nbsp;'''
 
'''Hipertensão Obesidade&nbsp;'''
 
'''Asma Doença coronariana&nbsp;'''
 
'''Hipertensão descontrolada, Alzheimer&nbsp;'''
 
'''Hipertensão Câncer Doença Renal crônica Feridas pernas&nbsp;'''
 
'''Hipertensão Tabagismo Depressão AVC (derrame) Informante Cunhada Marido Sobrinha Filha Marido Internação hospital Tempo internação&nbsp;'''
 
'''Hospital da Piedade 1 semana&nbsp;'''
 
'''? 1 semana - entubada&nbsp;'''
 
'''Miguel Couto 3 dias&nbsp;'''
 
'''CER – Leblon 1 semana&nbsp;'''
 
'''Óbito no domicílio&nbsp;'''
 
'''Causa da Morte: Diagnósticos no atestado de óbito&nbsp;'''
 
'''- Doença respiratória&nbsp;'''
 
'''aguda, - Covid 19 suspeita - Doença coronariana - Diabetes Mellitus.&nbsp;'''
 
'''- Infarto do Coração - Não apresentou atestado óbito&nbsp;'''
 
'''- Insuficiência respiratória aguda - Covid 19 suspeita - Hipertensão Arterial - Diabetes Mellitus&nbsp;'''
 
'''- Choque séptico - sepse cutânea e&nbsp;'''
 
'''piodermite - Doença Renal Crônica&nbsp;'''
 
'''/ Hemodiálise&nbsp;'''
 
'''Falência Múltipla dos Órgãos&nbsp;'''
 
'''COVID-19 ? suspeita Não Suspeita Não Não Outros casos família/ casa?&nbsp;'''
 
'''Não informou Não Morava só Não Não&nbsp;'''
 
'''Tipo de Sepultamento&nbsp;'''
 
'''Não informado Normal Não informado Normal Normal&nbsp;'''
 
'''TABELA 1 – CONTINUAÇÃO: Características Morador 6 Morador 7 Morador 8 Morador 9 Sexo Feminino Feminino Feminino Masculino Idade 68 anos 30 anos 35 anos 63 anos Cor Parda Negra Branca Branca Comorbidades - Hipertensão&nbsp;'''
 
'''- Diabetes (insulina dependente) - Alzheimer&nbsp;'''
 
'''- Meningite hidroencefálica&nbsp;'''
 
'''-Hipertensão - Obesidade - Depressão&nbsp;'''
 
'''- Hipertensão - Diabetes&nbsp;'''
 
'''Informante Filha Mãe Cuidadora e&nbsp;'''
 
'''filho&nbsp;'''
 
'''Irmã&nbsp;'''
 
'''Internação hospital Tempo internação&nbsp;'''
 
'''UPA Copacabana 1 semana&nbsp;'''
 
'''H. Miguel Couto 3 anos&nbsp;'''
 
'''UPA Copacabana/ H. Raul Gazola 2 semanas&nbsp;'''
 
'''Não informou 1 semana&nbsp;'''
 
'''Diagnósticos no atestado de óbito&nbsp;'''
 
'''- Pneumonia - Insuficiência Respiratória&nbsp;'''
 
'''(Não apresentou atestado de óbito)&nbsp;'''
 
'''- Insuficiência respiratória crônica - Penumonia (Não apresentou atestado de óbito)&nbsp;'''
 
'''Família não teve acesso ao atestado de óbito&nbsp;'''
 
'''(Não apresentou atestado de óbito)&nbsp;'''
 
'''COVID-19 ? Suspeita Não Sim Sim (SIC) Outros casos família/ casa?&nbsp;'''
 
'''A filha Não 5 familiares Não informou&nbsp;'''
 
'''Tipo de Sepultamento&nbsp;'''
 
'''Protocolo COVID&nbsp;'''
 
'''Normal Protocolo&nbsp;'''
 
'''COVID&nbsp;'''
 
'''Protocolo COVID&nbsp;'''
 
'''DISCUSSÃO (médica)&nbsp;'''
 
'''Foram detectados apenas cinco óbitos por COVID-19 na Favela Santa Marta. Esse número, relativo ao período de “pico” da Pandemia no Rio de Janeiro, foi bem inferior aos prognósticos iniciais. Ainda não se tem uma explicação para isso. O número de contaminados é impreciso na medida em que não há testagem, o que resulta em /produz uma subnotificação&nbsp;'''
 
'''A taxa de mortalidade (número de mortos por quantidade de habitantes) por Coronavírus ainda não está bem estabelecida. Publicação feita pelo Imperial College, de Londres, um dos principais centros de pesquisa do mundo, previa taxas de mortalidade para 16 estados brasileiros entre 0,7% (São Paulo) e 1,2% (Pernambuco). A revista Nature, uma das publicações científicas mais importantes do mundo, está considerando uma faixa de mortalidade de 0,5% a 1% no mundo, até que se tenham dados mais concretos. *&nbsp;'''
 
'''Considerando essas taxas acima, seria de se esperar um número de 25 a 50 mortes na Favela Santa Marta, ao invés de “apenas” cinco óbitos por COVID-19. O que se observou nesse estudo foi uma taxa de mortalidade de 0,1%, abaixo de todas as expectativas mundiais.&nbsp;'''
 
'''Alguns estudos sugerem que a infecção prévia por outros Coronavírus, responsáveis por infecções respiratórias comuns, poderia acarretar “Imunidade Cruzada” contra o SARS COV 19. Porém, isso não seria privilégio da população da favela. Outro aspecto discutido, certas características genéticas, que estariam associadas a menor gravidade da doença, como a raça negra também poderia ser considerado: na África a COVID-19 tem sido bem menos grave. No entanto, nos EUA a proporção de óbitos é maior entre os afro-americanos.&nbsp;'''
 
'''Por fim, a questão da Imunidade Inata: aquela capacidade de defesa natural que é forjada no sistema imune, pela exposição repetida a infecções variadas desde a infância. É possível que a população das favelas cariocas, sem saneamento básico e, até há poucos anos, sem acesso à água encanada tratada, possa ter desenvolvido um tipo de resposta imune inata mais robusto que o restante da população; embora às custas de muitas doenças e mortes na infância. Essa característica poderia explicar maior proporção de casos leves ou assintomáticos e menor número de mortes por COVID-19. No entanto, não existem dados, apenas especulações...&nbsp;'''
 
'''Quanto aos óbitos, as comorbidades são as mesmas associadas a óbito por COVID-19 no mundo todo. Com o agravante da falta / dificuldade de acesso ao tratamento para controle dessas doenças, pela população da favela, o que dificulta o manejo nos casos graves.&nbsp;'''
 
'''Destaca-se ainda as doenças de origem mental e psíquica, como a depressão, presentes em alguns relatos. Sobretudo a depressão, considerada a “doença do século”, parece seguir “invisível” nos territórios da pobreza. Apesar de associada à causa de morte por diversas doenças, não existe nenhuma ação de saúde pública direcionada para abordar esse crescente problema.&nbsp;'''
 
'''_______________&nbsp;'''
 
'''* JULIANA CONTAIFER - juliana.contaifer@metropoles.com - ATUALIZADO 29/06/2020 10:0&nbsp;'''
 
'''Santa Marta Proteção Para Todos:&nbsp;'''
 
'''Campanha coordenada no Santa Marta pelo Grupo Eco com o apoio direto da coordenação do projeto: Adair Rocha, Bebeto Abrantes, Carlos Wagner, Claudia Prado, Sarah Telles e Silvia Fiuza que juntos mobilizaram duzentos outros amigos que contribuíram com dinheiro e possibilitaram a entrega de cestas básicas, vale gás, álcool em gel, e máscaras para um grupo fixo de 55 famílias durante seis meses: abril, maio, junho, julho agosto e setembro. A Campanha também ofereceu Atendimento Médico Remoto sob a orientação do Dr, José Luiz de Magalhães Rios e o apoio logístico de Dorlene Meireles. A participação dos membros do Grupo Eco, moradores da Favela, foi fundamental para o sucesso da Campanha.&nbsp;'''
 
'''Outros atores de destaque no Santa Marta no período da pandemia: Associação de Moradores (José Mário); Sanitização (Thiago e Tandy Firmino); Centro Esportivo (Ricardo); Creche Reino Infantil (Adriana); Cepac; Casa Santa Marta; Favelagrafia (Elana); Spanta&nbsp;'''
 
[[Category:Santa Marta]] [[Category:Temática - Coronavírus]]