Drogas na Cidade de Deus: mudanças entre as edições

Lullua2 (discussão | contribs)
Sem resumo de edição
Lullua2 (discussão | contribs)
Sem resumo de edição
Linha 15: Linha 15:
 
 


= <span style="line-height:150%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">A formação das bocas de fumo de maconha</font></font></font></span> =
 
</li>
= <span style="line-height:150%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">2. A formação das bocas de fumo de maconha</font></font></font></span> =
</ol>


<span style="line-height:150%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">Há na base histórica da</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">''Cannabis<ref> Nome científico da maconha, podendo ser das variedades sativa, indica e ruderalis.</ref><sup>&nbsp;</sup>''</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">no Brasil uma associação dessa droga com os negros e pessoas consideradas de vida errante. Como resultado dos poucos registros até aqui encontrados sobre a</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">''Cannabis''</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">em época remotas da história do país e das dificuldades para rastreá-los, até recentemente acreditava-se que a</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">''Cannabis''</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">tinha sido trazida para o Brasil pelos escravos africanos, o que não é exatamente verdade já que muitos marinheiros portugueses envolvidos no comércio entre Portugal, suas colônias e o Oriente a conheciam e faziam uso de suas propriedades recreativas e terapêuticas (FRANÇA, 2015). No início do século XX, quando a proibição legal das drogas foi estabelecida no país, os “homens de ciência” a associaram aos negros, justificando vigilância e interferência nos costumes e na cultura de afrodescendentes brasileiros, como as investidas policiais nos terreiros das religiões de matriz africana no início do século XX (SILVA, 2015).</font></font></font></span>
<span style="line-height:150%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">Há na base histórica da</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">''Cannabis<ref> Nome científico da maconha, podendo ser das variedades sativa, indica e ruderalis.</ref><sup>&nbsp;</sup>''</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">no Brasil uma associação dessa droga com os negros e pessoas consideradas de vida errante. Como resultado dos poucos registros até aqui encontrados sobre a</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">''Cannabis''</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">em época remotas da história do país e das dificuldades para rastreá-los, até recentemente acreditava-se que a</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">''Cannabis''</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">tinha sido trazida para o Brasil pelos escravos africanos, o que não é exatamente verdade já que muitos marinheiros portugueses envolvidos no comércio entre Portugal, suas colônias e o Oriente a conheciam e faziam uso de suas propriedades recreativas e terapêuticas (FRANÇA, 2015). No início do século XX, quando a proibição legal das drogas foi estabelecida no país, os “homens de ciência” a associaram aos negros, justificando vigilância e interferência nos costumes e na cultura de afrodescendentes brasileiros, como as investidas policiais nos terreiros das religiões de matriz africana no início do século XX (SILVA, 2015).</font></font></font></span>
Linha 39: Linha 38:
<span style="line-height:150%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">Ainda carece de mais pesquisas os modos como o fornecimento da maconha à época deixa de ser feito pelos pequenos cultivadores espalhados pelo país e é agregado ao aparato do tráfico internacional. Porém, tais questões nos levam a entender que o tráfico de drogas tem percurso próprio e distinto e que somente em algum momento de seu desenvolvimento as favelas passaram a compor um aspecto dessa trajetória. As vulnerabilidades e potencialidades que fazem da favela um espaço propício à venda dessas substâncias deita raízes especialmente no fato de estarem para além de onde o Estado concentrava suas atenções através de suas instituições de assistência e amparo social e, sobretudo, de controle social, quando a “vista grossa” da polícia, por um lado, e o seu envolvimento na construção do aparato do tráfico de drogas no país, por outro, fazem a atividade tomar as proporções que tem hoje.</font></font></font></span>
<span style="line-height:150%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">Ainda carece de mais pesquisas os modos como o fornecimento da maconha à época deixa de ser feito pelos pequenos cultivadores espalhados pelo país e é agregado ao aparato do tráfico internacional. Porém, tais questões nos levam a entender que o tráfico de drogas tem percurso próprio e distinto e que somente em algum momento de seu desenvolvimento as favelas passaram a compor um aspecto dessa trajetória. As vulnerabilidades e potencialidades que fazem da favela um espaço propício à venda dessas substâncias deita raízes especialmente no fato de estarem para além de onde o Estado concentrava suas atenções através de suas instituições de assistência e amparo social e, sobretudo, de controle social, quando a “vista grossa” da polícia, por um lado, e o seu envolvimento na construção do aparato do tráfico de drogas no país, por outro, fazem a atividade tomar as proporções que tem hoje.</font></font></font></span>
<ol start="3">
<ol start="3">
<li>
<li>&nbsp;</li>
 
</ol>
 


= <span style="line-height:150%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">&nbsp;As guerras criadas pela “Guerra às Drogas”</font></font></font></span> =
= <span style="line-height:150%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">&nbsp;As guerras criadas pela “Guerra às Drogas”</font></font></font></span> =