Ecomuseu: mudanças entre as edições
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<span style="line-height:107%"><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">Em uma entrevista com Cláudia Rose do Museu da Maré é possível perceber como o Ecomuseu é um ponto de</font></font></font><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">''Tensão''</font></font></font><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">dentro da cidade, justamente porque o morador pode contar a história da cidade a partir da sua leitura. A</font></font></font><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">''tensão''</font></font></font><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">se dá, sobretudo, no poder pela disputa da memória que será contada. Há uma</font></font></font><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">''tensão''</font></font></font><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">com a história oficial daqueles que vencem. Assim diz Cláudia Rose:</font></font></font></span> | | ||
<span style="line-height:107%"><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">Em uma entrevista com Cláudia Rose do Museu da Maré é possível perceber como o Ecomuseu é um ponto de</font></font></font><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">''Tensão ''</font></font></font><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">dentro da cidade, justamente porque o morador pode contar a história da cidade a partir da sua leitura. A</font></font></font><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">''tensão''</font></font></font><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">se dá, sobretudo, no poder pela disputa da memória que será contada. Há uma</font></font></font><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">''tensão''</font></font></font><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">com a história oficial daqueles que vencem. Assim diz Cláudia Rose:</font></font></font></span> | |||
<span style="line-height:107%"><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">A primeira coisa é que eu vejo a memória como um instrumento mobilizador. Assim, não interessa de que lugar você esteja falando: se você está falando do lugar do poder ou do lugar de quem é dominado pelo poder. Não interessa. Falou em memória, isso mobiliza. Então, significa que memória também é uma disputa de poder. Mobiliza e também gera uma disputa. E aí é essa disputa que eu acho interessante. Memória é importante nesse sentido porque ela é um campo de disputa. E aí a disputa de quem esteve sempre à parte, de quem nunca teve a sua memória valorizada pra se colocar com os outros. Assim, eu acho que é uma burrice você ter uma história oficial que coloca a memória dos vencedores sempre como a única possibilidade. Porque isso empobrece todo o resto. Porque, a partir do momento que você não tem a fala dos outros, mas só de um grupo, você só tem a memória daquele grupo, e aí isso empobrece a diversidade natural, digamos, não sei se essa é a palavra, mas a diversidade que existe na sociedade, nesse estado, nesse país. A diversidade é uma riqueza tão grande que você alija uma parcela enorme da memória desses grupos do cenário nacional, você empobrece a cultura, você empobrece a participação. Isso por um lado, para quem está no poder, a princípio parece bom, mas não é, porque você tem um país cada vez mais fraco culturalmente, cada vez mais à parte de tudo que está sendo discutido. Então, eu acho que a memória é um instrumento fundamental de luta, de resistência e de você. (...) Trazer à tona todos esses discursos que foram alijados, foram colocados à margem do cenário nacional. É isso mesmo, as pessoas têm que dizer: ‘a dona Antônia, daqui da birosca, aqui do lado’. Dona Antônia tem uma memória que precisa ser valorizada, porque essa memória faz parte da construção desse lugar e esse lugar faz parte da construção dessa cidade. Isso não pode ser deixado de lado. E as pessoas não podem dizer: ‘Isso não presta! (Claudia Rose, 2014)</font></font></font></span> | <span style="line-height:107%"><font face="Arial, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">A primeira coisa é que eu vejo a memória como um instrumento mobilizador. Assim, não interessa de que lugar você esteja falando: se você está falando do lugar do poder ou do lugar de quem é dominado pelo poder. Não interessa. Falou em memória, isso mobiliza. Então, significa que memória também é uma disputa de poder. Mobiliza e também gera uma disputa. E aí é essa disputa que eu acho interessante. Memória é importante nesse sentido porque ela é um campo de disputa. E aí a disputa de quem esteve sempre à parte, de quem nunca teve a sua memória valorizada pra se colocar com os outros. Assim, eu acho que é uma burrice você ter uma história oficial que coloca a memória dos vencedores sempre como a única possibilidade. Porque isso empobrece todo o resto. Porque, a partir do momento que você não tem a fala dos outros, mas só de um grupo, você só tem a memória daquele grupo, e aí isso empobrece a diversidade natural, digamos, não sei se essa é a palavra, mas a diversidade que existe na sociedade, nesse estado, nesse país. A diversidade é uma riqueza tão grande que você alija uma parcela enorme da memória desses grupos do cenário nacional, você empobrece a cultura, você empobrece a participação. Isso por um lado, para quem está no poder, a princípio parece bom, mas não é, porque você tem um país cada vez mais fraco culturalmente, cada vez mais à parte de tudo que está sendo discutido. Então, eu acho que a memória é um instrumento fundamental de luta, de resistência e de você. (...) Trazer à tona todos esses discursos que foram alijados, foram colocados à margem do cenário nacional. É isso mesmo, as pessoas têm que dizer: ‘a dona Antônia, daqui da birosca, aqui do lado’. Dona Antônia tem uma memória que precisa ser valorizada, porque essa memória faz parte da construção desse lugar e esse lugar faz parte da construção dessa cidade. Isso não pode ser deixado de lado. E as pessoas não podem dizer: ‘Isso não presta! (Claudia Rose, 2014)</font></font></font></span> | ||
