Associações de Moradores do Complexo do Alemão: mudanças entre as edições
Criou página com '<p dir="ltr" style="margin-top: 0.15pt; margin-bottom: 0pt; text-align: justify;">Por [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Usuário:Thiago_Matiolli Thiago Matiolli...' |
Sem resumo de edição |
||
| Linha 1: | Linha 1: | ||
<p dir="ltr" style="margin-top: 0.15pt; margin-bottom: 0pt; text-align: justify;">Por [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Usuário:Thiago_Matiolli Thiago Matiolli]</p> <p dir="ltr" style="margin-top: 0.15pt; margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"> </p> <p dir="ltr" style="margin-top: 0.15pt; margin-bottom: 0pt; text-align: justify; | <p dir="ltr" style="margin-top: 0.15pt; margin-bottom: 0pt; text-align: justify;">Por [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Usuário:Thiago_Matiolli Thiago Matiolli]</p> <p dir="ltr" style="margin-top: 0.15pt; margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"> </p> | ||
<p dir="ltr" style="margin-top: 0.15pt; margin-bottom: 0pt; text-align: justify; | |||
== Introdução == | |||
| |||
<p dir="ltr" style="margin-top: 0.15pt; margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">O Complexo do Alemão é um bairro da cidade do Rio de Janeiro onde se localizam diversas favelas, que se subdividem em várias localidades, mas se congregam em apenas doze Associações de Moradores: Baiana, Casinhas, Esperança (Pedra do Sapo), Fazendinha, Grota (Joaquim de Queirós), Itararé (Alvorada), Mineiros/Matinha, Morro do Adeus, Morro do Alemão, Nova Brasília, Palmeiras e Reservatório de Ramos. Ainda que, as áreas de atuação de cada uma delas não seja algo muito definido.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Alan Brum, fundador do Instituto Raízes em Movimento, conta a história de uma reunião realizada durante a execução das obras do PAC, cujo objetivo era entender os limites de ação de cada uma das Associações de Moradores do bairro. Estavam presentes todos os presidentes. Durante a conversa, segundo Alan, descobriu-se que determinadas localidades estavam nos limites de atuação de mais de uma das Associações, enquanto outras áreas não estavam sob responsabilidade de nenhuma delas.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Esse relato é interessante para dar o tom deste verbete. Seu intuito não é demarcar, de modo inquestionável o número de associações existentes, que localidades cada uma delas abarca, as histórias (datas, nomes etc.) de cada uma ou seus engajamentos políticos; todos aspectos cuja riqueza está nas múltiplas interpretações dos atores envolvidos, não nas definições eruditas. O que se busca é, com fins didáticos e introdutórios, sistematizar os dados disponíveis sobre tais organizações de modo a gerar informações básicas sobre a história política do Complexo do Alemão, antes mesmo ele ser nomeado desta maneira. Assim, moradoras/es e estudiosas/es possam se informar e desdobrar cada elemento pontuado através de suas memórias e trabalhos.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">O trabalho fundamental por trás deste verbete é o de Rodrigues (2015), no qual, ao traçar a história da ocupação do território hoje conhecido como Complexo do Alemão, a autora oferece dados preciosos sobre as Associações de Moradores do bairro. Com este pano de fundo, busca-se, também, articular essa trajetória local com a história do Rio de Janeiro, seguindo um dos motes das ações de produção de conhecimento do Instituto Raízes em Movimento que é: o que o Complexo do Alemão nos conta sobre a cidade?</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">O verbete está organizado em três momentos, ou fases: a inicial, que abrange as década de 1950 e 1960, com o surgimento das três primeiras Associações de Moradores do bairro: Joaquim de Queirós (Grota), Morro do Alemão e Nova Brasília; o segundo, compreendido entre as décadas de 1970 e 1980, que trazem o surgimento das demais Associações; e, por fim, as décadas de 1990 à 2010, com a chegada de novos atores sociais e formas de organização política.</span></span></span></span></span></span></span></p> | |||
| | ||
<p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-weight:700"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Primeiro momento (Décadas de 1950 e 1960)</span></span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">As primeiras Associações de Moradores a serem criadas na área hoje conhecida como Complexo do Alemão surgem na década de 1950, se formalizam nos anos 1960 e representam as seguintes localidades: Nova Brasília, Morro do Alemão e Grota. Isso reflete os movimentos mais gerais de controle social e político sobre a organização de moradoras/es de favelas no estado da Guanabara, desenvolvidos ao longo da década de 1950. Destaca-se, neste contexto, a criação da Coordenação de Serviços Sociais (CSS) no Governo de Carlos Lacerda e sob a gestão de Arthur Rios, cujos objetivos eram criar um órgão para lidar especificamente com a questão habitacional, até então responsabilidade de vários organismos distintos, e enfrentá-la de modo mais eficiente; mas, também, romper com as práticas clientelistas na relação entre Associações de Moradores e determinados políticos (GONÇALVES, 2013).</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">O atual bairro do Complexo do Alemão tem sua ocupação inicial datada no início do século XX e um forte incremento populacional na década de 1950<ref>Para uma descrição mais aprofundada dessa história, ver o verbete “Histórico Fundiário do Complexo do Alemão”, neste dicionário. </ref>. Segundo Rodrigues (2015), esse segundo movimento vai, por um lado, consolidar as favelas na região - em particular a Nova Brasília, Morro do Alemão e Grota (com relatos de que o Morro do Adeus também refletia essa expansão demográfica) - e, por outro, fazer surgir lideranças políticas na defesa dos interesses e garantia das demandas de moradoras/es.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-left:113.38582677165351pt; margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">No Morro do Alemão, o principal líder da ocupação da época afirmou ser filiado ao Partido Comunista (PCB) e frequentador do Morro do Borel, onde surgiu a União dos Trabalhadores Favelados (UTF), em 1952. Em 1956, os líderes da invasão já haviam criado a União para Defesa e Assistência dos Moradores do Morro do Alemão (UDAMA) (RODRIGUES, 2015, p. 46).</span></span></span></span></span></span></span></p> | <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-weight:700"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Primeiro momento (Décadas de 1950 e 1960)</span></span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">As primeiras Associações de Moradores a serem criadas na área hoje conhecida como Complexo do Alemão surgem na década de 1950, se formalizam nos anos 1960 e representam as seguintes localidades: Nova Brasília, Morro do Alemão e Grota. Isso reflete os movimentos mais gerais de controle social e político sobre a organização de moradoras/es de favelas no estado da Guanabara, desenvolvidos ao longo da década de 1950. Destaca-se, neste contexto, a criação da Coordenação de Serviços Sociais (CSS) no Governo de Carlos Lacerda e sob a gestão de Arthur Rios, cujos objetivos eram criar um órgão para lidar especificamente com a questão habitacional, até então responsabilidade de vários organismos distintos, e enfrentá-la de modo mais eficiente; mas, também, romper com as práticas clientelistas na relação entre Associações de Moradores e determinados políticos (GONÇALVES, 2013).</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">O atual bairro do Complexo do Alemão tem sua ocupação inicial datada no início do século XX e um forte incremento populacional na década de 1950<ref>Para uma descrição mais aprofundada dessa história, ver o verbete “Histórico Fundiário do Complexo do Alemão”, neste dicionário. </ref>. Segundo Rodrigues (2015), esse segundo movimento vai, por um lado, consolidar as favelas na região - em particular a Nova Brasília, Morro do Alemão e Grota (com relatos de que o Morro do Adeus também refletia essa expansão demográfica) - e, por outro, fazer surgir lideranças políticas na defesa dos interesses e garantia das demandas de moradoras/es.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-left:113.38582677165351pt; margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">No Morro do Alemão, o principal líder da ocupação da época afirmou ser filiado ao Partido Comunista (PCB) e frequentador do Morro do Borel, onde surgiu a União dos Trabalhadores Favelados (UTF), em 1952. Em 1956, os líderes da invasão já haviam criado a União para Defesa e Assistência dos Moradores do Morro do Alemão (UDAMA) (RODRIGUES, 2015, p. 46).</span></span></span></span></span></span></span></p> | ||
| Linha 59: | Linha 65: | ||
<p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-weight:700"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Terceira fase (Décadas de 2000 a 2010)</span></span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Essa terceira fase é bem menos explorada nas pesquisas realizadas até agora, de modo que, em vez de uma exposição substancial como feita nas seções anteriores, essa parte do texto caracteriza mais linhas gerais para a reflexão sobre o período do que uma análise em si.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">De modo geral, este momento é marcado pela transformação nos sentidos da atuação das Associações de Moradores e não pela criação de novas entidades. Dois novos atores políticos que surgem nas favelas na década de 1990 contribuem diretamente para isso: as Organizações Não-Governamentais (ONG’s) e os agentes locais do comércio ilegal de entorpecentes. Ambos, em alguma medida relativizam o papel de representação das demandas faveladas das Associações, ainda que, sem retirar a sua importância na realização de determinadas funções ligadas a ação governamental local.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Elas ainda são responsáveis pela gestão de algumas creches municipais, distribuição de cartas no interior das favelas e mesmo o exercício da função cartorial. Em algumas vezes, cedem suas sedes para realização de determinadas atividades de órgãos públicos ou ainda realizam seus próprios projetos sociais. Suas áreas de atuação ainda são limitadas às favelas que representam, no caso do Complexo do Alemão (mesmo que essa divisão não seja tão bem definida, como vimos no início do texto).</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Ao contrário das ONGs que surgem no bairro no fim da década de 1990 e passam a ter como referência territorial de atuação, o Complexo do Alemão, e não suas localidades (da Nova Brasília, Morro do Alemão, Grota, Baiana etc.). Isso cria uma cartografia política multiescalar no bairro e alimenta um sistema de alianças diverso e multifacetado; que potencializa sua mobilização em situações de emergência como no caso da tragédia que gerou a mobilização do “Juntos pelo Complexo do Alemão”<ref>Para melhor compreensão desses processos, ver, neste dicionário, os verbetes: “Coletivo Juntos pelo Complexo do Alemão: vou te exigir o meu lugar”, “Complexo do Alemão e os movimentos coletivos locais: Para além das associações de moradores” e “Pertencimento ao Complexo do Alemão”.</ref>.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Outro elemento que torna essa cartografia da dinâmica mais complexa são as Associações que surgem no âmbito dos condomínios construídos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas obras executadas no bairro. Elas mantém sua autonomia, mas certo isolamento com o restante do território do Complexo do Alemão. Seja no sentido de um pertencimento, seja no dos papéis que cumprem na ordenação territorial e prestação de serviços, uma vez que estão voltadas para resolução de problemas condominiais. Ainda que, não consigam se apartar totalmente da vida social do bairro.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"> </p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-weight:700"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Considerações finais</span></span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:10.25pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">A trajetória das Associações de Moradores do Complexo do Alemão está em íntima continuidade com a história do município do Rio de Janeiro e do estado da Guanabara. Não se trata apenas de definir a constituição dessas entidades como meros reflexos da vida política carioca, mas sim de delinear um processo de interação no qual a dinâmica local e do restante da cidade se impactam mutuamente. O que acontecia no bairro era efeito das, mas também contribuia para, a consolidação ou crítica das políticas para as favelas; e se personificou, de modo mais acabado, na trajetória de Nilton Gomes Pereira, o Diquinho.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:10.25pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Não foi possível, neste trabalho, mapear as datas de surgimento de todas as Associações de Moradores, bem como uma série de informações não foram trazidas ao texto. Contudo, essa falta de evidências não indica uma falha do verbete devem ser vistas com provocações ou pistas para serem seguidas por cada um(a) dos(as) leitores(as), em suas próprias reflexões pessoais, trabalhos escolares ou acadêmicos.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:10.25pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Já as lacunas sobre a história política do Rio de Janeiro se devem, de fato, a limitações de espaço, tempo e dos conhecimentos do autor. Todavia, elas podem ser, em sua maioria, preenchidas com a pesquisa nas referência aqui utilizadas, em outros verbetes deste dicionário e ainda por toda uma literatura que não coube aqui.</span></span></span></span></span></span></span></p> | <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-weight:700"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Terceira fase (Décadas de 2000 a 2010)</span></span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Essa terceira fase é bem menos explorada nas pesquisas realizadas até agora, de modo que, em vez de uma exposição substancial como feita nas seções anteriores, essa parte do texto caracteriza mais linhas gerais para a reflexão sobre o período do que uma análise em si.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">De modo geral, este momento é marcado pela transformação nos sentidos da atuação das Associações de Moradores e não pela criação de novas entidades. Dois novos atores políticos que surgem nas favelas na década de 1990 contribuem diretamente para isso: as Organizações Não-Governamentais (ONG’s) e os agentes locais do comércio ilegal de entorpecentes. Ambos, em alguma medida relativizam o papel de representação das demandas faveladas das Associações, ainda que, sem retirar a sua importância na realização de determinadas funções ligadas a ação governamental local.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Elas ainda são responsáveis pela gestão de algumas creches municipais, distribuição de cartas no interior das favelas e mesmo o exercício da função cartorial. Em algumas vezes, cedem suas sedes para realização de determinadas atividades de órgãos públicos ou ainda realizam seus próprios projetos sociais. Suas áreas de atuação ainda são limitadas às favelas que representam, no caso do Complexo do Alemão (mesmo que essa divisão não seja tão bem definida, como vimos no início do texto).</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Ao contrário das ONGs que surgem no bairro no fim da década de 1990 e passam a ter como referência territorial de atuação, o Complexo do Alemão, e não suas localidades (da Nova Brasília, Morro do Alemão, Grota, Baiana etc.). Isso cria uma cartografia política multiescalar no bairro e alimenta um sistema de alianças diverso e multifacetado; que potencializa sua mobilização em situações de emergência como no caso da tragédia que gerou a mobilização do “Juntos pelo Complexo do Alemão”<ref>Para melhor compreensão desses processos, ver, neste dicionário, os verbetes: “Coletivo Juntos pelo Complexo do Alemão: vou te exigir o meu lugar”, “Complexo do Alemão e os movimentos coletivos locais: Para além das associações de moradores” e “Pertencimento ao Complexo do Alemão”.</ref>.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Outro elemento que torna essa cartografia da dinâmica mais complexa são as Associações que surgem no âmbito dos condomínios construídos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas obras executadas no bairro. Elas mantém sua autonomia, mas certo isolamento com o restante do território do Complexo do Alemão. Seja no sentido de um pertencimento, seja no dos papéis que cumprem na ordenação territorial e prestação de serviços, uma vez que estão voltadas para resolução de problemas condominiais. Ainda que, não consigam se apartar totalmente da vida social do bairro.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"> </p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:0pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-weight:700"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Considerações finais</span></span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:10.25pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">A trajetória das Associações de Moradores do Complexo do Alemão está em íntima continuidade com a história do município do Rio de Janeiro e do estado da Guanabara. Não se trata apenas de definir a constituição dessas entidades como meros reflexos da vida política carioca, mas sim de delinear um processo de interação no qual a dinâmica local e do restante da cidade se impactam mutuamente. O que acontecia no bairro era efeito das, mas também contribuia para, a consolidação ou crítica das políticas para as favelas; e se personificou, de modo mais acabado, na trajetória de Nilton Gomes Pereira, o Diquinho.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:10.25pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Não foi possível, neste trabalho, mapear as datas de surgimento de todas as Associações de Moradores, bem como uma série de informações não foram trazidas ao texto. Contudo, essa falta de evidências não indica uma falha do verbete devem ser vistas com provocações ou pistas para serem seguidas por cada um(a) dos(as) leitores(as), em suas próprias reflexões pessoais, trabalhos escolares ou acadêmicos.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="margin-right:0.3pt; text-align:justify; margin-top:10.25pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Já as lacunas sobre a história política do Rio de Janeiro se devem, de fato, a limitações de espaço, tempo e dos conhecimentos do autor. Todavia, elas podem ser, em sua maioria, preenchidas com a pesquisa nas referência aqui utilizadas, em outros verbetes deste dicionário e ainda por toda uma literatura que não coube aqui.</span></span></span></span></span></span></span></p> | ||
| | ||
<p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-weight:700"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Referências</span></span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">BRUM, Mário Sérgio Ignácio. “O povo acredita na gente”: rupturas e continuidades no movimento comunitário das favelas cariocas nas décadas de 1980 e 1990. Dissertação apresentada para a obtenção do grau de Mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Ferderal Fluminense, Niterói, 2006.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">COUTO, Patrícia; RODRIGUES, Rute I. A gramática da moradia no Complexo do Alemão: história, documentos e narrativas (versão preliminar). Rio de Janeiro, IPEA, 2013.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">DIQUINHO. Entrevista a Patrícia Couto, 2013.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">GONÇALVES, Rafael Soares. Favelas do Rio de Janeiro: história e direito. Rio de Janeiro, Pallas, Editora PUC, 2013.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">RODRIGUES, Rute Imanishi. Os “Parques Proletários” e os subúrbios do Rio de Janeiro: aspectos da política governamental para as favelas entre 1930 e 1960 (versão preliminar). Rio de Janeiro, IPEA, 2013.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">RODRIGUES, Rute Imanishi. Uma construção complexa: necessidades básicas, movimentos sociais, governo e mercado. In.: RODRIGUES, Rute Imanishi (Org.). Vida Social e Política nas Favelas: pesquisa de campo no Complexo do Alemão. Rio de Janeiro, IPEA/CEPEDOCA - Instituto Raízes em Movimento, 2016, pp.43 a 70.</span></span></span></span></span></span></span></p> | <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.7999999999999998"><span style="font-family:Arial"><span style="font-weight:700"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">Referências</span></span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">BRUM, Mário Sérgio Ignácio. “O povo acredita na gente”: rupturas e continuidades no movimento comunitário das favelas cariocas nas décadas de 1980 e 1990. Dissertação apresentada para a obtenção do grau de Mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Ferderal Fluminense, Niterói, 2006.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">COUTO, Patrícia; RODRIGUES, Rute I. A gramática da moradia no Complexo do Alemão: história, documentos e narrativas (versão preliminar). Rio de Janeiro, IPEA, 2013.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">DIQUINHO. Entrevista a Patrícia Couto, 2013.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">GONÇALVES, Rafael Soares. Favelas do Rio de Janeiro: história e direito. Rio de Janeiro, Pallas, Editora PUC, 2013.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">RODRIGUES, Rute Imanishi. Os “Parques Proletários” e os subúrbios do Rio de Janeiro: aspectos da política governamental para as favelas entre 1930 e 1960 (versão preliminar). Rio de Janeiro, IPEA, 2013.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"><span style="font-size:small;"><span style="line-height:1.2"><span style="font-family:Arial"><span style="font-variant-numeric:normal"><span style="font-variant-east-asian:normal"><span style="vertical-align:baseline"><span style="white-space:pre-wrap">RODRIGUES, Rute Imanishi. Uma construção complexa: necessidades básicas, movimentos sociais, governo e mercado. In.: RODRIGUES, Rute Imanishi (Org.). Vida Social e Política nas Favelas: pesquisa de campo no Complexo do Alemão. Rio de Janeiro, IPEA/CEPEDOCA - Instituto Raízes em Movimento, 2016, pp.43 a 70.</span></span></span></span></span></span></span></p> <p dir="ltr" style="text-align:justify; margin-top:8.3pt; margin-bottom:0pt"> </p> | ||
