Lançamento do Dicionário de Favelas Marielle Franco: mudanças entre as edições

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Autoria: Juliana Krapp (Icict/Fiocruz).
'''Autoria: Juliana Krapp (Icict/Fiocruz)'''


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Não há, afinal, favela no singular, defende Sônia Fleury. “Favela não é algo homogêneo. O poder público não pode tratar favela como se fosse uma coisa única, uniforme. O que há é uma realidade rica, favelas com grupos diversos, histórias e lideranças próprias, maneiras diferentes de se socializar. É preciso aceitar a diversidade das favelas. Ignorar essa diversidade não é algo que ocorra por falta de dados, técnicos ou teses, por.simples falta de conhecimento: é um ato político.  É um ato político de não reconhecer essa realidade como sendo parte da História e da cidade. É contra esse desconhecimento que buscamos usar seu contrário: a potência de conhecimentos vários.”
Não há, afinal, favela no singular, defende Sônia Fleury. “Favela não é algo homogêneo. O poder público não pode tratar favela como se fosse uma coisa única, uniforme. O que há é uma realidade rica, favelas com grupos diversos, histórias e lideranças próprias, maneiras diferentes de se socializar. É preciso aceitar a diversidade das favelas. Ignorar essa diversidade não é algo que ocorra por falta de dados, técnicos ou teses, por.simples falta de conhecimento: é um ato político.  É um ato político de não reconhecer essa realidade como sendo parte da História e da cidade. É contra esse desconhecimento que buscamos usar seu contrário: a potência de conhecimentos vários.”


A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, reforçou como a ''WikiFavelas''simboliza a potência de encontros que têm, hoje, significado singular. “O dicionário representa um encontro entre trabalho acadêmico e vivências. Mas um encontro que tem significados diferentes do que aqueles da época em que iniciei minha trajetória científica, quando os abismos eram maiores que os de hoje, pois num período anterior à possibilidade de muitos jovens engajados na militância política terem cursado a universidade e a pós-graduação. E me refiro a um encontro que é maior até que o encontro de saberes. É um encontro pela cidade. Por outro projeto de cidade que não pode ser perdido”, definiu.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, reforçou como a ''WikiFavelas ''simboliza a potência de encontros que têm, hoje, significado singular. “O dicionário representa um encontro entre trabalho acadêmico e vivências. Mas um encontro que tem significados diferentes do que aqueles da época em que iniciei minha trajetória científica, quando os abismos eram maiores que os de hoje, pois num período anterior à possibilidade de muitos jovens engajados na militância política terem cursado a universidade e a pós-graduação. E me refiro a um encontro que é maior até que o encontro de saberes. É um encontro pela cidade. Por outro projeto de cidade que não pode ser perdido”, definiu.


Nísia também reforçou que a Fiocruz tem mantido relação longeva com a temática das favelas, em atividades, pesquisas e acervos de naturezas diversas. Uma experiência que inclui, por exemplo, o uso do teatro em ações de saúde feitas na Favela de Manguinhos, pelo diretor e ator teatral Luiz Mendonça. A trajetória do pesquisador Victor Valla, referência em educação popular. Os arquivos do médico Victor Tavares de Moura, que atuou na criação dos parques proletários. O acervo de fotos do antropólogo americano Anthony Leeds, que registrou na década de 1960 uma série de imagens de favelas do Rio de Janeiro, e que está a cargo da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). “A criação deste ''Dicionário de Favelas'' vai permitir novos acervos e experiências”, aponta.
Nísia também reforçou que a Fiocruz tem mantido relação longeva com a temática das favelas, em atividades, pesquisas e acervos de naturezas diversas. Uma experiência que inclui, por exemplo, o uso do teatro em ações de saúde feitas na Favela de Manguinhos, pelo diretor e ator teatral Luiz Mendonça. A trajetória do pesquisador Victor Valla, referência em educação popular. Os arquivos do médico Victor Tavares de Moura, que atuou na criação dos parques proletários. O acervo de fotos do antropólogo americano Anthony Leeds, que registrou na década de 1960 uma série de imagens de favelas do Rio de Janeiro, e que está a cargo da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). “A criação deste ''Dicionário de Favelas'' vai permitir novos acervos e experiências”, aponta.


 
 
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