Anthony e Elizabeth Leeds (pesquisadores): mudanças entre as edições
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'''Autora: '''Rachel Viana (doutora em História das Ciências pela Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz e professora da rede estadual do RJ) | |||
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Anthony (1925-1989) e Elizabeth Leeds (1943) são dois cientistas sociais estadunidenses que se dedicaram, entre outros temas, ao estudo dos squatter settlements (ou assentamentos não controlados) na América Latina, com ênfase nas favelas do Rio de Janeiro, onde estabeleceram residência durante a segunda metade da década de 1960. São autores da obra A sociologia do Brasil urbano, coletânea de artigos publicados ao longo das décadas de 1960 e 1970. A obra, editada e publicada em 1978 por iniciativa de Gilberto Velho, ex aluno de Anthony Leeds, é, ainda hoje, referência para aqueles que se dedicam aos estudos urbanos no Brasil e na América Latina. Resultante das pesquisas realizadas pelo casal nas favelas e outras formas de squatter settlements da América Latina ao longo da década de 1960, a obra ganhou nova edição ampliada em 2015, com organização de Elizabeth Leeds e Nísia Trindade Lima, contando com apresentação de Luiz Antônio Machado da Silva e um caderno de imagens. Atualmente, parte do acervo do casal, referente às favelas, encontra-se no Departamento de Arquivo e Documentação da Casa de Oswaldo Cruz – Fiocruz. | |||
Anthony Leeds, além integrar os quadros das Universidades do Texas (1963 a 1972) e de Boston (1972 a 1989), também regeu o primeiro curso de antropologia urbana em nível de pós graduação no Brasil, no Museu Nacional, em 1969. Desta turma, foram seus alunos Gilberto Velho, Yvonne Maggie, Paul Silberstein, Luiz Antônio Machado da Silva, entre outros. | Anthony Leeds, além integrar os quadros das Universidades do Texas (1963 a 1972) e de Boston (1972 a 1989), também regeu o primeiro curso de antropologia urbana em nível de pós graduação no Brasil, no Museu Nacional, em 1969. Desta turma, foram seus alunos Gilberto Velho, Yvonne Maggie, Paul Silberstein, Luiz Antônio Machado da Silva, entre outros. | ||
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= 1- Origens e formação = | |||
1- Origens e formação | |||
Nascido em 1925 em Nova York, Anthony Leeds passou parte de sua infância na Europa, onde sua família tinha raízes. De origem judaica, sua família era ligada às artes e aos movimentos sociais de cunho progressista. Sua mãe, Polly Leeds, era atriz e tradutora, tendo estudado psicanálise em Viena entre os anos de 1929 e 1933, no Vienna Psychoanalytic Society, fundada por Freud. Seu pai, Arthur Leeds, falecido em 1929, era advogado e integrante da ACLU – American Civil Liberties Union. Ambos simpatizavam com as experiências socialistas vivenciadas na URSS e em Cuba, bem como com o USPC – United States Comunist Party. Em seu texto autobiográfico não publicado, Anthony Leeds narra o interrogatório pelo qual passou em 1961, quando pleiteava uma vaga na OEA. Perguntavam sobre a participação de sua família no partido comunista e no partido dos trabalhadores, predecessor do primeiro e no qual Arthur Leeds atuou quando ainda não era proibido (Viana, 2019; Leeds, 1984). | Nascido em 1925 em Nova York, Anthony Leeds passou parte de sua infância na Europa, onde sua família tinha raízes. De origem judaica, sua família era ligada às artes e aos movimentos sociais de cunho progressista. Sua mãe, Polly Leeds, era atriz e tradutora, tendo estudado psicanálise em Viena entre os anos de 1929 e 1933, no Vienna Psychoanalytic Society, fundada por Freud. Seu pai, Arthur Leeds, falecido em 1929, era advogado e integrante da ACLU – American Civil Liberties Union. Ambos simpatizavam com as experiências socialistas vivenciadas na URSS e em Cuba, bem como com o USPC – United States Comunist Party. Em seu texto autobiográfico não publicado, Anthony Leeds narra o interrogatório pelo qual passou em 1961, quando pleiteava uma vaga na OEA. Perguntavam sobre a participação de sua família no partido comunista e no partido dos trabalhadores, predecessor do primeiro e no qual Arthur Leeds atuou quando ainda não era proibido (Viana, 2019; Leeds, 1984). | ||
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2- O período de 1965 a 1969: as favelas como ponto de encontro dos Leeds e semente da antropologia urbana no Brasil | = 2- O período de 1965 a 1969: as favelas como ponto de encontro dos Leeds e semente da antropologia urbana no Brasil = | ||
Por ocasião do serviço no Peace Corps, Elizabeth Plotkin estabeleceu residência no Tuiuti em janeiro de 1965. Ali, atuou em programas de saúde, aplicando vacinas, visitando moradores e dando aulas de língua estrangeira para estudantes da então Universidade do Distrito Federal. Anthony Leeds, através de contatos com os executivos do Peace Corps, consegue estabelecer moradia na mesma favela, onde chegou em agosto do mesmo ano. Desse modo conheceram-se e, dois anos depois, casaram-se. Neste ínterim, iniciaram as pesquisas nas favelas do Rio de Janeiro junto com os jovens voluntários do Peace Corps, moradores de favelas, pesquisadores brasileiros e estadunidenses. Além do Tuiuti, os Leeds realizaram trabalhos de campo em Ruth Ferreira, Barreira do Vasco, Nova Brasília, Brás de Pina, entre outras. No entanto, a favela do Jacarezinho foi o local privilegiado das pesquisas dos Leeds, onde residiram de 1966 a 1968, sempre no período do verão do hemisfério norte. | Por ocasião do serviço no Peace Corps, Elizabeth Plotkin estabeleceu residência no Tuiuti em janeiro de 1965. Ali, atuou em programas de saúde, aplicando vacinas, visitando moradores e dando aulas de língua estrangeira para estudantes da então Universidade do Distrito Federal. Anthony Leeds, através de contatos com os executivos do Peace Corps, consegue estabelecer moradia na mesma favela, onde chegou em agosto do mesmo ano. Desse modo conheceram-se e, dois anos depois, casaram-se. Neste ínterim, iniciaram as pesquisas nas favelas do Rio de Janeiro junto com os jovens voluntários do Peace Corps, moradores de favelas, pesquisadores brasileiros e estadunidenses. Além do Tuiuti, os Leeds realizaram trabalhos de campo em Ruth Ferreira, Barreira do Vasco, Nova Brasília, Brás de Pina, entre outras. No entanto, a favela do Jacarezinho foi o local privilegiado das pesquisas dos Leeds, onde residiram de 1966 a 1968, sempre no período do verão do hemisfério norte. | ||
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3- A colaboração científica dos Leeds nos anos 1970 e 1980 | = 3- A colaboração científica dos Leeds nos anos 1970 e 1980 = | ||
Em 1972, Elizabeth Leeds concluiu seu mestrado na Universidade do Texas, ao mesmo tempo em que Anthony Leeds desvinculou-se desta universidade e passou a integrar os quadros da Universidade de Boston. Antes de realizarem a mudança para o estado de Massachussets, a família Leeds passou o ano de 1972 na Inglaterra. Neste país, Anthony Leeds trabalhou no Centro Latinoamericano da Universidade de Oxford, bem como ofereceu cursos e conferências em outras universidades, tais como de Glagow, Leeds, Essex, Sussex, entre outras (Leeds, 1984). Na Universidade de Boston, onde trabalhou até o final de sua vida, desenvolveu pesquisas sobre temas variados, tais como sociobiologia, história da ciência, teoria geral dos sistemas, bem como integrou o programa de estudos urbanos desta universidade, dedicando-se a pesquisas nesta área, e deu continuidade aos seminários informais, reunindo estudantes, professores e pesquisadores de outras áreas além das ciências sociais (Donahue, 2018). | Em 1972, Elizabeth Leeds concluiu seu mestrado na Universidade do Texas, ao mesmo tempo em que Anthony Leeds desvinculou-se desta universidade e passou a integrar os quadros da Universidade de Boston. Antes de realizarem a mudança para o estado de Massachussets, a família Leeds passou o ano de 1972 na Inglaterra. Neste país, Anthony Leeds trabalhou no Centro Latinoamericano da Universidade de Oxford, bem como ofereceu cursos e conferências em outras universidades, tais como de Glagow, Leeds, Essex, Sussex, entre outras (Leeds, 1984). Na Universidade de Boston, onde trabalhou até o final de sua vida, desenvolveu pesquisas sobre temas variados, tais como sociobiologia, história da ciência, teoria geral dos sistemas, bem como integrou o programa de estudos urbanos desta universidade, dedicando-se a pesquisas nesta área, e deu continuidade aos seminários informais, reunindo estudantes, professores e pesquisadores de outras áreas além das ciências sociais (Donahue, 2018). | ||
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4- A retomada do campo no final dos anos 1980: revisitando o Brasil durante o processo de redemocratização | = 4- A retomada do campo no final dos anos 1980: revisitando o Brasil durante o processo de redemocratização = | ||
Na metade da década de 1980, quando a redemocratização do Brasil estava sendo encaminhada pelas forças políticas do país, entre as quais os movimentos sociais assumiram papel de destaque, os Leeds puderam retornar ao país em 1986 e 1988. Nestes dois períodos, projetaram retomar seus objetos de estudos neste novo contexto político – as favelas, as organizações de seus moradores e as suas relações com o estado. Anthony Leeds, além destes objetos de estudo, também se preparava para revisitar o seu estudo sobre carreiras brasileiras. Durante estes anos, coletaram diversos materiais produzidos pelas entidades da sociedade civil organizada e viram o surgimento de novas personalidades que se destacaram na vida política partidária, como a então líder comunitária da favela da Babilônia, Benedita da Silva pelo Partido dos Trabalhadores. Elizabeth Leeds, por sua vez, teve a oportunidade de iniciar a pesquisa sobe segurança pública e direitos humanos, uma vez que constatou a intensificação do trafico de drogas e da ação da polícia e o enfraquecimento das associações de moradores no período da redemocratização do Brasil. O trabalho de campo levado a cabo pela cientistas política envolveu entrevistas com antigas lideranças das favelas, bem como com os fundadores do Comando Vermelho, além da coleta de dados oficiais. | Na metade da década de 1980, quando a redemocratização do Brasil estava sendo encaminhada pelas forças políticas do país, entre as quais os movimentos sociais assumiram papel de destaque, os Leeds puderam retornar ao país em 1986 e 1988. Nestes dois períodos, projetaram retomar seus objetos de estudos neste novo contexto político – as favelas, as organizações de seus moradores e as suas relações com o estado. Anthony Leeds, além destes objetos de estudo, também se preparava para revisitar o seu estudo sobre carreiras brasileiras. Durante estes anos, coletaram diversos materiais produzidos pelas entidades da sociedade civil organizada e viram o surgimento de novas personalidades que se destacaram na vida política partidária, como a então líder comunitária da favela da Babilônia, Benedita da Silva pelo Partido dos Trabalhadores. Elizabeth Leeds, por sua vez, teve a oportunidade de iniciar a pesquisa sobe segurança pública e direitos humanos, uma vez que constatou a intensificação do trafico de drogas e da ação da polícia e o enfraquecimento das associações de moradores no período da redemocratização do Brasil. O trabalho de campo levado a cabo pela cientistas política envolveu entrevistas com antigas lideranças das favelas, bem como com os fundadores do Comando Vermelho, além da coleta de dados oficiais. | ||
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5- A vida continua: Elizabeth Leeds e o legado para o futuro das ciências sociais | = 5- A vida continua: Elizabeth Leeds e o legado para o futuro das ciências sociais = | ||
Com o falecimento de seu colaborador e esposo, Elizabeth Leeds dá continuidade a suas pesquisas. Já na década de 1990, após constatar a perda do peso político das associações de moradores das favelas para o tráfico de drogas ilícitas, e tendo reunido entrevistas com atores políticos envolvidos na formação de facções criminosas e no comércio de cocaína nas favelas, Elizabeth Leeds prepara a elaboração do artigo Cocaína e poderes paralelos na periferia urbana brasileira: ameaças à democratização em nível local, publicado em 1996 na Latin American Review e na coletânea de artigos organizado por Alba Zaluar e Marcos Alvito, Um século de favela, em 1998. A elaboração do artigo foi feita entre os anos de 1987 e 1995, período em que retornava ao Brasil para realizar as entrevistas com funcionários do governo, lideres comunitários de 25 favelas e detentos em três prisões cariocas (Leeds, 1998). Entre 1989 e 1997, Elizabeth Leeds foi diretora executiva do Centro de Estudos Internacionais do MIT. | Com o falecimento de seu colaborador e esposo, Elizabeth Leeds dá continuidade a suas pesquisas. Já na década de 1990, após constatar a perda do peso político das associações de moradores das favelas para o tráfico de drogas ilícitas, e tendo reunido entrevistas com atores políticos envolvidos na formação de facções criminosas e no comércio de cocaína nas favelas, Elizabeth Leeds prepara a elaboração do artigo Cocaína e poderes paralelos na periferia urbana brasileira: ameaças à democratização em nível local, publicado em 1996 na Latin American Review e na coletânea de artigos organizado por Alba Zaluar e Marcos Alvito, Um século de favela, em 1998. A elaboração do artigo foi feita entre os anos de 1987 e 1995, período em que retornava ao Brasil para realizar as entrevistas com funcionários do governo, lideres comunitários de 25 favelas e detentos em três prisões cariocas (Leeds, 1998). Entre 1989 e 1997, Elizabeth Leeds foi diretora executiva do Centro de Estudos Internacionais do MIT. | ||
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Entre 1997 e 2003, Elizabeth Leeds atuou no escritório da Fundação Ford no Rio de Janeiro, onde exerceu o cargo de agente do programa para governança e sociedade civil, desenvolvendo a iniciativa de monitoramento democrático. Neste período, conseguiu levar recursos para o estabelecimento de programas e núcleos de pesquisa voltados para a segurança pública, tais como o NUFEP – Núcleo Fluminense de Estudos e Pesquisas, da UFF, e o CRISP – Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública, da UFMG. A exemplo dos programas de justiça criminal das universidades estadunidenses, nos quais os policiais estudavam, sua atuação na Ford voltou-se para a construção de parcerias entre universidades e a polícia. Tinha como finalidade apoiar projetos de mudança na polícia, visando a reforma ou a democratização desta instituição (Leeds, 2018). | Entre 1997 e 2003, Elizabeth Leeds atuou no escritório da Fundação Ford no Rio de Janeiro, onde exerceu o cargo de agente do programa para governança e sociedade civil, desenvolvendo a iniciativa de monitoramento democrático. Neste período, conseguiu levar recursos para o estabelecimento de programas e núcleos de pesquisa voltados para a segurança pública, tais como o NUFEP – Núcleo Fluminense de Estudos e Pesquisas, da UFF, e o CRISP – Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública, da UFMG. A exemplo dos programas de justiça criminal das universidades estadunidenses, nos quais os policiais estudavam, sua atuação na Ford voltou-se para a construção de parcerias entre universidades e a polícia. Tinha como finalidade apoiar projetos de mudança na polícia, visando a reforma ou a democratização desta instituição (Leeds, 2018). | ||
Como resultado deste esforço, em uma conferência da ONG Conectas – SP, Elizabeth Leeds, junto com outros pensadores da segurança pública, tomaram a iniciativa de reunir policiais e acadêmicos de todo o país para avaliarem os rumos da segurança pública. Com o apoio da Fundação Ford, puderam realizar as reuniões das quais surgiu a ideia de criação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e sua consolidação enquanto uma entidade. Em conjunto com as diversas entidades e acadêmicos, é criado em 2005 o fórum nacional de segurança pública do qual Elizabeht Leeds é, atualmente, presidente de honra. Em dezembro de 2014, recebeu das mãos da presidente da república o prêmio direitos humanos 2014, dado ao FBSP | Como resultado deste esforço, em uma conferência da ONG Conectas – SP, Elizabeth Leeds, junto com outros pensadores da segurança pública, tomaram a iniciativa de reunir policiais e acadêmicos de todo o país para avaliarem os rumos da segurança pública. Com o apoio da Fundação Ford, puderam realizar as reuniões das quais surgiu a ideia de criação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e sua consolidação enquanto uma entidade. Em conjunto com as diversas entidades e acadêmicos, é criado em 2005 o fórum nacional de segurança pública do qual Elizabeht Leeds é, atualmente, presidente de honra. Em dezembro de 2014, recebeu das mãos da presidente da república o prêmio direitos humanos 2014, dado ao FBSP<ref>Cf. <http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/presidencia/ex-presidentes/dilma-rousseff/fotos-gestao-dilma-rousseff/fotos-dilma/cerimonia-de-entrega-do-premio-direitos-humanos-2014/cerimonia-de-entrega-do-premio-direitos-humanos-2014-11/view></ref>. Anualmente, Elizabeth Leeds vem ao Brasil participar da reunião do FBSP. | ||
Atualmente, Elizabeth Leeds é membro senior no WOLA – Washington Oficce of Latin America, especializada em citizen security e direitos humanos no Brasil. Esta entidade de advocacy surgiu em 1973 após o golpe militar no chile com o intuito de observar e analisar a onda de ditaduras militares na América Latina, bem como a participação dos EUA. Sendo uma organização civil voltada para a defesa dos direitos humanos nas Américas, o WOLA parcerias com outras organizações, acadêmicos, empresários, artistas entre outros atores (Viana, 2019). Também é pesquisadora associada do Centro de Estudos Internacionais do MIT. | Atualmente, Elizabeth Leeds é membro senior no WOLA – Washington Oficce of Latin America, especializada em citizen security e direitos humanos no Brasil. Esta entidade de advocacy surgiu em 1973 após o golpe militar no chile com o intuito de observar e analisar a onda de ditaduras militares na América Latina, bem como a participação dos EUA. Sendo uma organização civil voltada para a defesa dos direitos humanos nas Américas, o WOLA parcerias com outras organizações, acadêmicos, empresários, artistas entre outros atores (Viana, 2019). Também é pesquisadora associada do Centro de Estudos Internacionais do MIT. | ||
Em 2009, Elizabeth Leeds doou parte do arquivo pessoal privado de Anthony Leeds para a Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz | Em 2009, Elizabeth Leeds doou parte do arquivo pessoal privado de Anthony Leeds para a Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz<ref>Disponível em: <http://basearch.coc.fiocruz.br/index.php/fundo-anthony-leeds></ref>. Há, ainda, uma parte depositada no National Anthropological Archives do Smithsonian Institute. Com a constatação da presença de documentos produzidos e acumulados por Elziabeth Leeds no Fundo Anthony Leeds depositado na COC, criou-se a Coleção Elizabeth Leeds<ref>Disponível em: <http://basearch.coc.fiocruz.br/index.php/fundo-elizabeth-leeds></ref>. Em 2015, as fotografias e documentos produzidos e acumulados no contexto das pesquisas de Anthony e Elizabeht Leeds nas favelas foram transformadas no evento O Rio que se queria negar: as favelas brasileiras no acervo de Anthony Leeds. O evento era constituído pela exposição de fotografias e documentos do acervo da COC, bem como pelo seminário homônimo e pelo lançamento da segunda edição da obra A sociologia do Brasil urbano. | ||
Não menos importante, cabe registrar um legado importante dos Leeds: as novas gerações de pesquisadores que se inspiram em seus trabalhos e as pesquisas resultantes de décadas de intensa colaboração científica. | Não menos importante, cabe registrar um legado importante dos Leeds: as novas gerações de pesquisadores que se inspiram em seus trabalhos e as pesquisas resultantes de décadas de intensa colaboração científica. | ||
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= Referências = | |||
AZEVEDO, C. Em nome da América. Os Corpos da Paz no Brasil. SP, Alameda, 2007. | AZEVEDO, C. Em nome da América. Os Corpos da Paz no Brasil. SP, Alameda, 2007. | ||
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VIANA, R. de A. Encontros etnográficos e antropologia em rede: a favela do Jacarezinho e a pesquisa de Anthony e Elizabeth Leeds na década de 1960. 343f. Orientadora: Nísia Trindade Lima. Tese (Doutorado em História das Ciências), Casa de Oswaldo Cruz – Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ, 2019. | VIANA, R. de A. Encontros etnográficos e antropologia em rede: a favela do Jacarezinho e a pesquisa de Anthony e Elizabeth Leeds na década de 1960. 343f. Orientadora: Nísia Trindade Lima. Tese (Doutorado em História das Ciências), Casa de Oswaldo Cruz – Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ, 2019. | ||
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